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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

SUBSTÂNCIAS "PROIBIDAS" PODEM AUMENTAR TRANSFERÊNCIAS DE CALOR E FORTALECER CAMPOS MAGNÉTICOS NAS SUPER-TERRAS


SUBSTÂNCIAS "PROIBIDAS" PODEM AUMENTAR TRANSFERÊNCIAS DE CALOR E FORTALECER CAMPOS MAGNÉTICOS NAS SUPER-TERRAS
29 de dezembro de 2015
 

Impressão de artista da super-Terra Gliese 832c, em comparação com o planeta Terra.
Crédito: PHL@UPR Arecibo
(clique na imagem para ver versão maior)


Usando modelos matemáticos, cientistas "olharam" para o interior de super-Terras e descobriram que podem conter compostos proibidos pelas regras da química clássica - e a presença destas recém-previstas substâncias pode aumentar a taxa de transferência de calor e fortalecer o campo magnético destes planetas. Os resultados foram divulgados num artigo publicado na revista Scientific Reports.
Os autores do artigo são um grupo de investigadores do Instituto de Física e Tecnologia de Moscovo, liderados por Artem R. Oganov, professor do Instituto de Ciência e Tecnologia de Skolkovo. Em estudos anteriores, Oganov e colegas usaram o algoritmo USPEX para identificar novos compostos de sódio e de cloro, bem como outras substâncias exóticas.
No seu artigo mais recente, os investigadores tentaram descobrir quais os compostos que, a altas pressões, podem ser formados por silício, oxigénio e magnésio. Estes elementos, em particular, não foram escolhidos ao acaso.
"Os planetas parecidos com a Terra consistem de uma crosta fina de silicatos, de um manto de silicatos e óxidos - que perfaz aproximadamente 7/8 do volume da Terra e consiste de mais de 90% de silicatos e óxido de magnésio - e um núcleo de ferro. Podemos dizer que o magnésio, o oxigénio e o silício formam a base da química da Terra e dos planetas parecidos com a Terra," comenta Oganov.
Usando o algoritmo USPEX, os investigadores exploraram todos os compostos possíveis de Mg-Si-O que podem ocorrer a pressões que variam entre as 5 e as 30 milhões de atmosferas. Tais pressões existem no interior das super-Terras - planetas rochosos com uma massa várias vezes superior à da Terra. Não existem planetas como este no Sistema Solar, mas os astrónomos conhecem vários planetas em redor de outras estrelas que não são tão pesados quanto os gigantes gasosos, mas consideravelmente mais massivos que a Terra. A estes chamamos super-Terras. Estes planetas incluem o recentemente descoberto Gliese 832c, com cinco vezes a massa da Terra, ou a mega-Terra Kepler-10c, com 17 vezes a massa da Terra.
Os resultados da modelação computacional mostram que o interior destes planetas pode conter compostos "exóticos" como MgSi3O12 e MgSiO6. Têm muitos mais átomos de oxigénio do que o elemento MgSiO3, o composto mais abundante no interior da Terra.
Além disso, MgSi3O12 é metálico, ao passo que outras substâncias que consistem em átomos de Mg-Si-O são isoladoras ou semicondutoras.
"As suas propriedades são muito diferentes dos compostos normais de magnésio, oxigénio e silício - muitos deles são metais ou semicondutores. Isto é importante para gerar campos magnéticos nestes planetas. Dado que os campos magnéticos são produzidos por convecção de interiores planetários eletricamente condutores, a alta condutividade poderá significar um campo magnético significativamente mais poderoso," explica Oganov.
Um campo magnético mais forte significa uma proteção poderosa contra a radiação cósmica, favorável aos organismos vivos. Os investigadores também previram novos óxidos de magnésio e de silício que não encaixam com as regras da química clássica - SiO, SiO3 e MgO3, além dos óxidos MgO2 e Mg3O2anteriormente previstos por Oganov a pressões mais baixas.
O modelo computacional também permitiu com que os investigadores determinassem as reações de decomposição que o MgSiO3 sofre a pressões ultra-elevadas nas super-Terras - pós-perovskita.
"Isto afeta os limites das camadas no manto e a sua dinâmica. Por exemplo, uma mudança de fase exotérmica acelera a convecção do manto e a transferência de calor dentro do planeta, e uma transformação endotérmica abranda-as. Isto quer dizer que a velocidade do movimento das placas litosféricas no planeta pode ser mais elevada," comenta Oganov.
A convecção, que determina as placas tectónicas e a mistura do manto, pode ser ou mais rápida (acelerando a mistura do manto e a transferência de calor) ou mais lenta. Na transformação endotérmica, um possível cenário é a formação de várias camadas convectivas independentes dentro do planeta. O facto de que os continentes da Terra estão em constante movimento, "flutuando" à superfície do manto, é o que dá azo ao vulcanismo e a uma atmosfera.

Crédito: PHL@UPR Arecibo

A Argentina oscila entre a crise de governabilidade e a ditadura mafiosa

A Argentina oscila entre a crise de governabilidade e a ditadura mafiosa


por Jorge Beinstein
Cartoon de Benjamin Dumas.Foi assinalado até à exaustão que, pela primeira vez em um século, no dia 10 de Dezembro de 2015 a direita chegou ao governo sem ocultar o seu rosto, sem fraude, sem golpe militar, através de eleições supostamente limpas. Seria um facto inédito.

É necessário esclarecer três coisas:

Em primeiro lugar é evidente que não se tratou de "eleições limpas" e sim de um processo assimétrico, completamente distorcido por uma manipulação mediática sem precedentes na Argentina, activada há vários anos mas que finalmente derivou numa operação muito refinada e esmagadora. Consumada a operação eleitoral a presidenta cessante foi substituída umas poucas horas antes da transmissão do comando presidencial mediante um golpe de estado "judicial", demonstração de força do poder real que desse modo estabelecia um precedente importante, na realidade o primeiro passo do novo regime.

Isto leva-nos a um segundo esclarecimento: o kirchnerismo não produziu transformações estruturais decisivas do sistema, introduziu reformas que incluíram vastos sectores das classes baixas, reivindicações populares insatisfeitas (como o julgamento de protagonistas da última ditadura militar), implementou uma política internacional que distanciou o país da submissão integral aos Estados Unidos e outras medidas que se super-puseram a estruturas e grupos de poder anteriormente existentes. Mas não gerou uma avalanche plebeia capaz de neutralizar as bases sociais da direita rompendo os pilares do sistema (seus aparelhos judiciais, mediáticos, financeiros, transnacionais, etc) desarticulando a arremetida reaccionária. A alternativa transformadora radicalizada estava completamente fora do libreto progressista, a astúcia, o jogo hábil e seus bons resultados no curto e até no médio prazo maravilharam o kirchenirismo, levou-o a um caminho sinuoso, acumulando contradições, marchando assim rumo à derrota final. Nunca se propôs transgredir os limites do sistema, saltar por cima da institucionalidade elitista-mafiosa das camarilhas judiciais apoiadas pelo partido mediático, componentes de uma lumpen-burguesia que aproveitou o restabelecimento da governabilidade pós 2001-2002 para curar suas feridas, recuperar forças e renovar seu apetite.

Como era previsível, as classes médias, grandes beneficiárias da prosperidade económica dos anos do auge progressista, não se viraram de maneira agradecida para o kirchenerismo e sim muito pelo contrário. Açuladas pelo poder mediático retomaram velhos preconceitos reaccionários, sua ascensão social reproduziu formas culturais latentes provenientes do velho gorilismo, do desprezo pela "negrada"entroncando com a onda regional e ocidental em curso de aproximações das classes médias ao neofascismo. Não se tratou então de uma simples manipulação mediática manejada por um aparelho comunicacional bem oleado e sim do aproveitamento direitista de irracionalidades ancoradas no mais profundo da alma do país burguês.

A terceira observação é que o fenómeno não é tão novo assim. Apesar de ser certo que o processo de manipulação eleitoral se inscreve no âmbito do progressismo latino-americano e que foi realizado de maneira impecável por especialistas de primeiro nível, certamente monitorados pelo aparelho de inteligência dos Estados Unidos, não deveríamos esquecer que antes a chegada do peronismo, em 1945, a sociedade argentina fora moldada por cerca de um século de república oligárquica (que não foi abolida durante o período de governos radicais entre 1916 e 1930) deixando marcas culturais e institucionais muito profundas que atravessam as sucessivas transformações das elites dominantes como uma espécie de referência mítica de uma época onde supostamente os de cima mandavam mediante estruturas autoritárias estáveis. Constitui uma curiosa causalidade carregada de simbolismo mas o certo é que foi o presidente "cautelar-instantâneo" Federico Pinedo, imposto pela máfia judicial, o encarregado de entregar o bastão presidencial a Macri. Federico Pinedo: neto de Federico Pinedo, uma das figuras mais representativas da restauração oligárquica dos anos 1930, bisneto de Federico Pinedo Rubio, intendente de Buenos Aires até fins do século XIX e a seguir deputado nacional um período prolongado como representante do velho partido conservador. Seguir a trajectória dessa família permite observar a ascensão e consolidação do país aristocrático colonial construído desde meados do século XIX. O longínquo descendente daquela oligarquia foi o encarregado de entregar os atributos do comando presidencial a Maurício Macri, que por sua vez é herdeiro de um clã familiar mafioso de raiz ítalo-fascista[1] , instaurador de um "governo de gerentes". Os fantasmas de um golpe de estado instantâneo estabeleceram um laço simbólico entre a lumpen-burguesía actual e a velha casta oligárquica.

A crise 

O contexto económico internacional é dado por uma crise deflacionária activada pelo desinchar das grandes potências económicas. Estados Unidos, União Europeia e Japão a navegarem hoje entre o crescimento anémico, o estancamento e a recessão, a China a desacelerar seu crescimento e o Brasil em recessão sobredeterminam uma conjuntura marcada pelo arrefecimento da procura global, o que deprime os preços das matérias-primas e estagna ou diminui os mercados de produtos industriais. Em suma, um panorama mundial negativo para um país como a Argentina que é principalmente exportador de matérias-primas e em menor escala de produtos industriais de nível tecnológico médio-baixo.

Perante esse ciclo internacional adverso, do ponto de vista teórico a economia argentina para não cair na recessão deveria apoiar-se cada vez mais na expansão e protecção do seu mercado interno, do seu tecido industrial, da sua autonomia financeira. Contudo, o governo Macri inicia seu mandato fazendo exactamente o contrário: diminuindo o mercado interno mediante a redução drástica em termos reais de salários e pensões, aumentando o endividamento externo, desprotegendo o grosso da estrutura industrial. É nesse sentido que apontam as suas decisões económicas iniciais como a mega-desvalorização, a eliminação ou diminuição de impostos às exportações, a subida das taxas de juros, a liberalização de importações e em breve a eliminação de subsídios aos serviços público com o consequente aumento das suas tarifas. Trata-se de uma gigantesca transferência de rendimentos para os grupos económicos mais concentrados (grandes exportadores agrários, empresas e especuladores financeiros possuidores de fundos em dólares, etc), de um saqueio descomunal que se irá prolongando no tempo ao ritmo das subidas de preços, das depressões salariais, das desvalorizações e das tarifações. Crescerá o desemprego, a pobreza e a indigência, a concentração de rendimentos avançará (já está a avançar) rapidamente, o crescimento económico nulo ou negativo serão inevitáveis.

Segundo certos peritos estaríamos embarcados numa voragem completamente irracional assinalada pelo declínio do grosso da indústria e pela desintegração da sociedade, resultado da aplicação ortodoxa de receitas neoliberais "equivocadas". Mas o governo não se equivoca, actua segundo a dinâmica de uma lumpen-burguesia portadora de uma racionalidade instrumental cujo fim é apenas a acumulação rápida de riquezas saqueando tudo o que se cruza no seu caminho. A racionalidade dos bandidos donos do poder não é a do desenvolvimento económico harmonioso e geral que se aninha na cabeça de certos economistas.

É assim que passámos de uma versão suave da política económica contra-cíclica (do ponto de vista da tendência geral da economia global) para uma política pró-cíclica que se se incorpora com notável ferocidade à degeneração geral (financeira, institucional, ideológica, etc) do mundo capitalista.

O progressismo governou entre 2003 e 2015 restabelecendo a governabilidade do sistema. Tudo andou bem enquanto a besta lambia suas feridas num contexto de relativa prosperidade, recompondo-se do terramoto dos anos 2001-2001. Mas a partir de 2008 as coisas foram mudando: o achatamento do crescimento económico exacerbou sua vontade de abocanhar uma porção maior do bolo. Nesse sentido o 10 de Dezembro de 2015 pode ser visto como o ponto de inflexão, como um salto qualitativo do poder draculiano das elites dominantes, inaugurando uma etapa de decadência da sociedade argentina. As forças entrópicas, devastadoras, conseguiram impor sua dinâmica.

Dois cenários 

Encontramo-nos diante dos primeiros passos de uma aventura autoritária de trajectória incerta. Não se trata de um facto resultante do acaso e sim do resultado de um prolongado processo de maturação (degeneração) das elites dominantes da Argentina convertidas em matilhas depredadoras que coincide com o fenómeno global da financiarização e decadência. Basta dar uma olhadela ao governo e seus apoios onde super-abundam personagens acusados de serem delinquentes financeiros como Prat Gay, Melconian ou Aranguren, ou "padrinhos" como Cristiano Rattazzi, Paolo Roca, Franco Macri (e seu filho presidente) ou de outros assinalados como agentes da CIA como Susana Malcorra ou Patricia Bullrich [2]para perceber que a tragédia local não é mais que um apêndice periférico de um capitalismo global embarcado numa louca corrida liderada por lobos da Wall Street, militares delirantes e políticos corruptos que destroem países inteiros, triturando instituições, saqueando recursos naturais, impondo um processo de destruição à escala planetária.

A lumpen-burguesia argentina, sua articulação mafiosa na cúpula do poder (empresarial, judicial, mediático) e seus prolongamentos institucionais e abertamente ilegais deixaram de ser a força dominante nas sombras, saqueando, condicionando, bloqueando, impondo, para assumir abertamente o governo. Isto pode ser atribuído a vários motivos entre outros a inexistência de um elenco de "políticos" com capacidade de decisão para implementar o mega-saqueio em curso, pelo que são os gerentes que se devem encarregar de maneira directa do Poder Executivo, ou seja "técnicos" completamente alheios à embrulhada eleitoral.

O novo esquema torna-se sumamente eficaz na hora de adoptar medidas contundentes contra a maioria da população mas parece muito pouco útil para amortecer o inevitável descontentamento popular (inclusive o de uma porção significativa dos incautos votantes de Macri). As camarilhas sindicais poderão durante um curto período de tempo gerar inacção, alguns políticos provinciais pressionarão no mesmo sentido, os meios maciços de comunicação procurarão distrair, confundir, justificar (já estão a fazê-lo) intensificando a campanha de idiotização – mas tudo isso é insuficiente frente à magnitude do desastre em curso.

Por outro lado o carácter lumpen, instável do regime macrista afectado por previsíveis disputas internas, golpes financeiros, turbulências exógenas de todo tipo próprias de um sistema global à deriva e além disso (principalmente) pressionado por uma base social cujo descontentamento irá ascendendo como uma avalanche gigantesca, vai deixando a descoberto a única alternativa possível da governabilidade mafiosa.

Trata-se da formação de um sistema ditatorial com rosto civil e de configuração variável. Tem claros antecedentes internacionais recentes, vem guiado pelo aparelho de inteligência dos Estados Unidos e apoia-se na chamada doutrina da Guerra de Quarta Geração cujo objectivo central é a transformação da sociedade objecto de ataque numa massa amorfa, degradada, acossada por erupções "desordenadas" de violência caótica e em consequência impotente perante o saqueio. O Iraque, Líbia e Síria surgem como experiências de manual extremas e longínquas, o México e a Guatemala são paradigmas latino-americanos a ter em conta ainda que a especificidade argentina certamente contribuirá com traços originais. Temos que pensar numa combinação pragmática de diferentes doses de repressão directa "clássica", judicialização de opositores sindicais, políticos, etc, bombardeio mediático (diversionista e/ou demonizador), repressão clandestina, incentivos às rivalidades intra-populares (quanto mais sanguinárias melhor), irrupção de bandos que aterrorizem a população (como as maras na América Central ou os batalhões de narcos no México), fraudes eleitorais, etc. Desse modo a Argentina entraria em pleno no século XXI, assinalado pela ascensão do capitalismo tanático.

Contudo essa estratégia não se pode instalar plenamente de um dia para o outro. Ela requer certo tempo e uma certa passividade inicial das bases populares. Além disso encontraria sérias dificuldades diante de uma sociedade complexa como a Argentina, com um amplo leque de classes baixas e médias portadoras de culturas, capacidades de organização, de histórias a partir da visão superficial dos gerentes financeiros e dos peritos em controle social não surgem como ameaças visíveis (ou surgem como resistências ou nostalgias impotentes) mas que constituem latências, bombas de tempo de enorme poder que podem explodir a qualquer momento. Este desafio de baixo converge com o temor dos de cima a tumultos não administráveis conformando grandes interrogações gelatinosas que generalizam a incerteza nas elites, deterioram sua psicologia.

A não viabilidade desse cenário sinistro, seu possível atolamento, deixaria aberto o espaço para o desenvolvimento de um segundo cenário: o de uma crise de governabilidade muito mais devastadora que a de 2001. Nesse caso a fantasia elitista da recomposição ditatorial-mafiosa do poder político não teria sido senão uma ilusão burguesa acompanhando o fim da governabilidade, o começo de um período de alta turbulência, de desintegração social de duração imprevisível. O progressismo tão desprezado pelas elites e seus preservativos da classe média teria sido um paraíso capitalista destruído pelos seus principais beneficiários.

Como se vê o inferno mafioso não é inevitável, ainda que não devêssemos subestimar a capacidade operativa dos seus executores locais e do seu mega padrinho imperial. Os Estados Unidos estão lançados à reconquista do seu pátio traseiro latino-americano.

Para onde vai esta história? A resistência popular tem a resposta.
27/Dezembro/2015

[1] Horacio Verbitsky, "A las Malvinas en subte. El rol de la P-2, los Macri, FIAT y TECHINT en la guerra de 1982",
www.pagina12.com.ar/diario/elpais/1-190366-2012-03-25.html
[2] ARGENTINA: la nueva ministra de Exteriores pertenece a la CIA, según Diosdado Cabello. 
O presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Diosdado Cabello, declarou que a chanceler argentina, Susana Malcorra, pertence à Agencia Central de Inteligencia dos EUA (CIA, na sigla em inglês).   "Estêve aqui, recebi-a no meu gabinete, é a própria CIA, nomearam-na chanceler para o senhor (Mauricio) Macri", presidente eleito da Argentina, sublinhou Cabello no seu programa semanal das quarta-feiras, transmitido pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV).
Também Patricia Bullrich reporta à "agencia" e é provável que o façam outros e outras, como Laura Alonso.   O rumor que corre é que Macri praticamente não conhee Malcorra e que esta lhe foi imposta telefonicamente pelo Departamento de Estado.
Ver Pájaro Rojo, 11/12/2015, pajarorojo.com.ar/?p=20433 


O original encontra-se em beinstein.lahaine.org 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

sputniknews / EUA enveredam na direcção de um apocalipse nuclear

Documento

Antigo Secretário da Defesa adverte que os EUA enveredam na direcção de um apocalipse nuclear

sputniknews
30.Dez.15 :: Outros autores

Os Estados Unidos estão à beira de uma nova corrida ao armamento nuclear que irá fazer subir o risco de um apocalipse nuclear a níveis da Guerra Fria, advertiu na 5ª feira passada o antigo Secretário da Defesa William Perry. Perry, que chefiou o Pentágono entre 1994 e 1997 sob a presidência de Bill Clinton, fez estas observações no decurso de uma iniciativa patrocinada pelo Defense Writers Group (Grupo de Escritores sobre questões de Defesa).
«Estamos no precipício, ou melhor dizendo à beira dele, de uma nova corrida ao armamento nuclear,» disse. «Esta corrida ao armamento será no mínimo tão dispendiosa como a que tivemos no decurso da Guerra Fria, o que significa muito dinheiro.»
O Pentágono está a dar início a uma revisão de grande envergadura da sua tríade nuclear, constituída por opções nucleares em bombardeiros, submarinos e mísseis balísticos intercontinentais (ICBM). Perry apelou à ruptura dessa tríade através do desmantelamento do seu arsenal de ICBM.
«Os ICBM», disse, «não são necessários…não fazem falta. Qualquer definição razoável de dissuasão dispensa esse terceiro componente.»
Numa avaliação datada de Agosto, o Center for Strategic and Budgetary Assessments (Centro para Avaliações Estratégicas e Orçamentais) estima que recapitalizar a tríade nuclear custará mais de 700 milhões de milhões de dólares (billions) nos próximos 25 anos. Segundo relato de Defense News, Perry disse que esse gasto é insensato, tendo em consideração que os EUA estão, por um lado, com falta de dinheiro para outros programas e, por outro, dispõem já de uma robusta capacidade de dissuasão nuclear.
O risco de guerra nuclear é exacerbado pela deterioração das relações estabelecidas entre Moscovo e Washington após a queda da União Soviética. Sem uma via clara de comunicação militar-a-militar entre as duas nações o risco de um conflito acidental aumenta, disse Perry.
«Hoje – provavelmente não o teria dito há 10 anos – hoje deparamo-nos com o tipo de risco de um evento nuclear que tivemos no decurso da Guerra Fria, o risco de uma guerra acidental,» disse. «Eis o que considero imperativo: impedir que acelere de novo esta maldita corrida ao armamento.»
Ler mais: http://sputniknews.com/us/20151203/1031214466/william-perry-nuclear-arms-race.html#ixzz3vjhPAZd1
ODiario.info

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Erro 451 – o código de censura da web

Erro 451 – o código de censura da web


por UnderNews
'.A Internet Engineering Task Force acaba de confirmar a criação de um código de erro inteiramente novo para os sítios web censurados pelas autoridades: estes poderão afixar "Erro 451". 

A proposta foi votada e a Internet Engineering Task Force(IETF) e, mais particularmente o Internet Engineering Steering Group acabam de confirmar o advento de uma nova mensagem de erro na Internet. Após os erros 404, 500 ou ainda o 503, eis agora o erro 451 . Para recordar, os códigos de erro estão todos referenciados nesta página .

Este novo código HTTP inspira-se num dos romances mais célebres de toda a história da ficção científica, o famoso Fahrenheit 451 de Ray Bradbury. Ele significará que o sítio web visitado foi proibido pelas autoridades e censurado, mais explícito que o clássico erro 404, indicando que o sítio está inacessível, portanto uma mensagem bem mais precisa e explicativa, indicando claramente que o sítio não é vítima de um problema técnico ou de um acto de pirataria, mas sim de uma decisão governamental.

"Em certas jurisdições, penso que governos restritivos vão recusar a utilização do código 451 a fim de ocultar o que eles fazem. Não podemos impedir isso, mas se governos forem nesse sentido, eles estarão a enviar um sinal forte a seus cidadãos sobre as suas intenções, comenta Mark Nottingham , presidente do grupo de trabalho HTTP no interior do IETF .

É claro que os países que praticam a censura em grande escala, como a China, o Irão ou a Turquia, poderiam muito bem decidir banir esta nova mensagem "Erro 451" , demasiado precisa para eles e suas actuações... sendo a sua denominação completa "451 Indisponível por razões legais".

22/Dezembro/2015

O original encontra-se em www.undernews.fr/... 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Os EUA têm mais de 200 mil militares destacados em todo o mundo

Os EUA têm mais de 200 mil militares destacados em todo o mundo

Resumen Latinoamericano/Prensa Latina, 25 de Dezembro de 2015
29.Dez.15 :: Outros autores
Uma informação que é útil refrescar com regularidade. Com a reserva de que se trata de uma notícia que tem como fonte dados do Departamento de Defesa dos EUA, dados que não serão decerto os mais fiáveis. Se o imperialismo norte-americano se encontra em estado de guerra não declarada com o mundo inteiro, porque haveria de prestar informações exactas sobre a localização e a dimensão dos seus efectivos?

As forças armadas dos Estados Unidos têm hoje mais de 200 mil militares destacados em uma centena de países de todos os continentes, de acordo com informações do Departamento de Defesa.
Uns nove mil e 800 permanecem no Afeganistão, enquanto cerca de três mil e 500 permanecem no Iraque e Síria com o pretexto de combater o Estado Islâmico (EI), a maioria destes últimos da 82ª Divisão Aerotransportada.
A Marinha mantém destacados cerca de 40 navios, o maior dos quais é o porta-aviões USS Harry S. Truman - com uns cinco mil marinheiros e oficiais a bordo -.
Esta unidade naval cruzou o Canal de Suez nos últimos dias juntamente com os seus navios escolta para se instalar no Golfo Pérsico, e participar a partir daí nos bombardeamentos contra objetivos do EI na região.
Estas embarcações unem-se à campanha aérea que Washington e seus aliados iniciaram em de Agosto de 2014 e alargaram à Síria em Setembro do mesmo ano, operações qualificadas de ilegais pelas autoridades de Damasco.
Também nessa zona do Levante opera um grupo anfíbio de infantaria de marinha, com capacidade para desempenhar missões ofensivas de desembarque, encabeçado pelo navio USS Kearsarge, com uns cinco mil marines a bordo.
Na Asia/Pacífico há uns 50 mil militares no Japão, outros 28 mil e 500 na Coreia do Sul e cerca de mil na Austrália e Singapura.
Após a experiência do atentado em Setembro de 2012 contra o consulado dos Estados Unidos na cidade líbia de Bengasi, em que morreram o embaixador Christopher Stevens e outros três diplomatas, o Pentágono tomou medidas para responder com urgência a situações similares no futuro.
Foi assim que surgiu a Força de Tarefa Combinada Conjunta do Corno de África, instalada em Camp Lemonnier, Djibouti, a maior base norte-americana nesse continente. Há ali mais de quatro mil tropas norte-americanas, enquanto outros mil estão destacados em diversos lugares em toda a região.
Além disso, a Casa Branca ordenou em 2013 a colocação de uns 500 elementos de infantaria de Marinha na base militar de Rota, no sul de Espanha, cuja missão é actuar como elemento de intervenção rápida em caso de ameaças a interesses estado-unidenses em território africano. Segundo o diário Stars and Stripes unidades da primeira Divisão de Infantaria do Exército estado-unidense, com sede em Fort Riley, estado de Kansas, participaram nos últimos dois anos em mais de 100 exercícios e treinos em cerca de 40 países da região.
Segundo o Pentágono, mais de 64 mil militares estado-unidenses estão estacionados na Europa, em enclaves castrenses localizados na Alemanha, Espanha e nas repúblicas ex-soviéticas do Báltico e outros três mil na Turquia. Nos últimos dois anos Washington incrementou as suas actividades bélicas no continente europeu, ações denunciadas pela Rússia como uma ameaça aos seus interesses.
Na América do Sul e Central há uns cinco mil e 500 militares do país nortenho. O Pentágono mantém em áreas do Caribe uma presença naval permanente, com o pretexto da luta antidroga, enquanto em Cuba está a base naval de Guantánamo, instalada em território da ilha contra a vontade do Governo e do povo da maior das Antilhas.
Peritos estimam que todo este destacamento a nível global, em várias centenas de bases, tem como fim fazer valer os interesses de Washington e em alguns casos, como no Afeganistão cumpre missões de ocupação.
O presidente Barack Obama anunciou em 15 de Outubro passado a sua decisão de manter os nove mil e 800 militares que estão actualmente no Afeganistão e reduzir esse número para cinco mil e 500 no início de 2017, depois do fim do seu mandato como chefe da Casa Branca.
O governante indicou que algumas das unidades cumprirão missões de treino e assessoria a forças locais e outras participarão na perseguição e aniquilamento de combatentes de Al Qaeda, do Estado Islâmico e de outros grupos que operam na nação asiática.
Desde o início da guerra no Afeganistão em Outubro de 200 morreram mais de dois mil e 400 oficiais e soldados estado-unidenses, e outros 20 mil foram feridos.

FBP / Movimentos da Frente Brasil Popular defendem democracia e fim do ajuste fiscal



Movimentos da Frente Brasil Popular defendem democracia e fim do ajuste fiscal

Os movimentos querem “a Dilma que elegeram”, cobrando que a presidenta assuma compromissos de campanha com os trabalhadores e a manutenção de conquistas sociais.


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Ato no último dia 16/12 contra impeachment, ajuste fiscal e fora Cunha reuniu quase 100 mil pessoas em São Paulo. Outros 22 estados também fizeram atos. Foto: Mídia Ninja 

Do CdB

Os movimentos sociais que foram às ruas esta semana contra o impeachment defendem a continuidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff, mas cobram uma mudança no rumo da política econômica, com duras críticas ao ajuste fiscal. Entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defendem a redução da taxa de juros e a retomada de investimentos públicos para estimular a economia.

Em reunião com Dilma um dia depois das manifestações, representantes da Frente Brasil Popular fizeram questão de mostrar à presidenta a insatisfação dos movimentos com as medidas econômicas que vem sendo tomadas pelo Palácio do Planalto. A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) – umas das organizações que articularam as manifestações – Carina Vitral, disse que as entidades esperam uma “guinada à esquerda” do governo Dilma.

— Fizemos uma declaração contrária ao impeachment golpista, mas também uma cobrança forte para que mudanças continuem sendo aprofundadas. Demonstramos uma contrariedade grande ao ajuste fiscal, que penaliza e aprofunda a crise econômica. A gente quer uma guinada do governo à esquerda, aprofundando direitos da classe trabalhadora, da juventude e dos movimentos sociais — disse, após reunião da Frente Brasil Popular com Dilma no Palácio do Planalto.

Nas manifestações, os movimentos sociais disseram querer “a Dilma que elegeram”, cobrando que a presidenta assuma compromissos de campanha com os trabalhadores e a manutenção de conquistas sociais.

O líder do MST, João Pedro Stedile, disse que os movimentos sociais estarão ao lado do governo na defesa do mandato de Dilma se o processo de impeachment for levado adiante, mas também criticou a demora do Palácio do Planalto em reagir a problemas da economia que afetam diretamente os trabalhadores, como o aumento do desemprego e da inflação.

— O governo tem que agir rápido diante da gravidade da crise econômica, tem que dar sinais para a população. Nossa sugestão é que o governo anuncie urgentemente medidas concretas que possam retomar o crescimento da economia para garantir o emprego e a renda dos trabalhadores. Para isso, o governo tem que reduzir a taxa de juros e precisa utilizar esses recursos públicos, que são nossos, para a volta do crescimento baseado nos investimentos na indústria, na construção de moradia popular, na infraestrutura, no transporte público e na agricultura familiar — sugeriu.

Na véspera, a presidenta Dilma Rousseff decidiu tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e substitui-lo por Nelson Barbosa, que ocupava o Ministério do Planejamento. Responsável por medidas como a mudança nas regras de acesso ao seguro-desemprego e a limitação do seguro defeso para pescadores, Levy era o principal alvo das críticas das entidades de trabalhadores.

— A CUT, que representa milhões de trabalhadores desse país, tem muito firmes suas posições contra essa política econômica, Levy não nos representa, trouxemos essa demanda para a presidenta — disse a secretária de Relação com os Movimentos Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Janeslei Albuquerque, no início da semana.

Em entrevista no fim da noite de ontem, o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que, para estabilizar a economia e promover sua recuperação, os esforços para o ajuste fiscal devem continuar.



Fonte: MST

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Jorge Cadima / Sykes-Picot no Século XXI

Sykes-Picot no Século XXI*

Jorge Cadima
26.Dez.15 :: Outros autores
Há um século o imperialismo redesenhou as fronteiras do Médio-Oriente de acordo com os objectivos da sua dominação e as possibilidades então existentes. E hoje mantém a mesma intenção, destruindo Estados, sociedades, povos e culturas. Semeando o caos, com o mais implacável cinismo e a mais desavergonhada hipocrisia. A pretexto do combate ao terrorismo, ataca militarmente aqueles que no terreno efectivamente o combatem.

Em 1916, diplomatas ingleses e franceses cozinharam um plano secreto de partilha do então Império Otomano (turco). Enquanto enganavam os árabes com promessas de independência, planeavam entre si o controlo da região (com umas migalhas para o czarismo russo). Após a Revolução Russa de 1917, o jovem poder soviético descobriu o acordo Sykes-Picot nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e revelou-o ao mundo. Um século depois, repetem-se os planos de partilha imperialista.
Há quase uma década (Junho 2006), o norte-americano Armed Forces Journal publicava um mapa que redesenhava as fronteiras do Médio Oriente. Desde então, as guerras imperialistas deram lugar à fragmentação do Iraque e Síria e ao surgimento do «Califado Islâmico» ou ISIS. Agora começam a surgir as confissões públicas semi-oficiais dos objectivos. O ex-Embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, escreveu (NY Times, 24.11.15) que «a realidade é que o Iraque e a Síria, tal como os conhecemos, já não existem». E falando do que chama o «eixo russo-iraniano e dos seus intermediários», afirma sem pestanejar: «o seu objectivo de recuperar para os governos iraquiano e sírio as antigas fronteiras é um objectivo fundamentalmente contrário aos interesses americanos, israelitas e dos estados amigos árabes». Não querendo ficar atrás, o chefe dos Serviços Secretos franceses para o Estrangeiro (DGSE), Bernard Bajolet afirmou: «o Médio Oriente que nós conhecemos acabou e duvido que ele volte […] não sei bem em que moldes. Mas seja como for, será com um figurino diferente do que foi estabelecido após a Segunda Guerra Mundial», quando esses países deixaram de ser colónias francesas e inglesas. O portal belga que reproduz estas afirmações (www.rtl.be, 28.10.15) acrescenta que «o director da CIA [John Brennan] exprimiu um ponto de vista semelhante». Igual objectivo foi expresso pelo ex-Ministro de Negócios Estrangeiros inglês, William Hague, falando na Câmara do Lordes em apoio dos bombardeamentos ingleses na Síria: «Devemos estar abertos a novas soluções. Ao fim e ao cabo, se as comunidades e dirigentes não conseguem viver em paz na Síria e no Iraque, teremos de tentar que vivam em paz, mas em separado, através da partição desses países» (BBC, 2.12.15). Repare-se no desplante de fingir que estamos perante um problema de indígenas incapazes de se governarem, que nada tem a ver com duas décadas de guerras, invasões e agressões, nas quais o imperialismo inglês desempenhou papel destacado.
Os objectivos de dominação explicam o que de outra forma parece contraditório, como as alianças à la carte ou os pretextos para intervir na região: o governo inglês que em 2013 queria bombardear o governo sírio está agora a bombardear a Síria invocando a ameaça do ISIS… que combate o governo sírio. O pretexto é esse. A realidade é outra, como fica patente no cada vez mais claro papel da Turquia (potência da NATO) no apoio e tráficos que sustentam o ISIS. O governo sírio fez este mês queixa formal à ONU de que quatro aviões da «coligação anti-ISIS» chefiada pelos EUA bombardearam uma base do seu exército, «matando três soldados e ferindo 13» (www.cbc.ca, 7.12.15), numa «província em grande parte nas mãos do ISIL» (BBC, 7.12.15). Na semana passada, coube a sorte ao exército iraquiano em pleno combate contra o ISIS, que sofreu dezenas de baixas num ataque aéreo de aviões dos EUA (Press TV, 18.12.15). A «coligação anti-ISIS» dos EUA mais parece a Força Aérea do ISIS. Não surpreende assim que, como titulava o insuspeito Washington Post (1.12.15), «Iraquianos pensam que os EUA estão feitos com o Estado Islâmico».
O caos e o terrorismo são uma arma para justificar as guerras e agressões e, no plano interno, os estados de emergência e os mecanismos de repressão fora de controlo. Na raiz estão sempre os interesses económicos e de classe do grande capital. O imperialismo é isto.

Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2195, 23.12.2015

sábado, 26 de dezembro de 2015

Dmitry Orlov /Cenário de 19 Fukushimas paira sobre a Ucrânia

Cenário de 19 Fukushimas paira sobre a Ucrânia

por Dmitry Orlov [*]
As expectativas goradas de entrada na UE.Com toda a acção concentrada na Síria, a Ucrânia já não é objecto de discussão no ocidente. Na Rússia, onde a Ucrânia ainda é um grande problema a assomar no horizonte, e onde cerca de 1,5 milhão de refugiados ucranianos estão estabelecidos sem intenções de retornarem ao que resta da Ucrânia, a sua situação ainda é discutida intensamente. Mas para os EUA e para a UE, a Ucrânia agora é mais um grande embaraço de política externa e quanto menos se falar disso melhor. 

Enquanto isso, a Ucrânia chegou ao colapso total – todas as cinco gloriosas etapas do mesmo – preparando o cenário para um Pesadelo Ucraniano Antes do Natal ou pouco após.
Fase 1. Financeiramente, o governo ucraniano está em incumprimento soberano desde há um par de dias [NR] . O FMI foi forçado a romper as suas próprias regras a fim de manter apoio vital ao país, apesar de este ser claramente um caloteiro. No processo, o FMI hostilizou a Rússia, a qual acontece ser um dos seus principais accionistas. O que resultará disso?

Fase 2. A indústria e o comércio aproximam-se da paralisação e o país desindustrializa-se rapidamente. Antigamente, a maior parte do comércio era com a Rússia; isso agora está acabado. A Ucrânia não fabrica qualquer coisa que a UE possa querer, excepto talvez prostitutas. Ultimamente a Ucrânia tem estado a vender os seus podres ao desbarato. Isto é ilegal, mas, dado o que está a acontecer ali, o termo "ilegal" tornou-se uma matéria de comédia.

Fase 3. Politicamente, o governo ucraniano é uma farsa total. Grande parte dele foi entregue a vigaristas estrangeiros, tais como o antigo presidente georgiano Saakashvili, que é um criminoso procurado no seu próprio país e que recentemente foi despojado da sua cidadania. O parlamento está apinhado de criminosos que compraram seu assento a fim de obter imunidade de processos e que passam o tempo a vociferar uns contra os outros. O primeiro-ministro Yatsenyuk recentemente foi arrastado para fora do pódio pela forquilha das suas pernas. Quão dignificante é isso? Ele não parecia abalado. Onde estão os seus testículos? Talvez Victoria Nuland, no Departamento de Estado, esteja a mantê-los numa jarra. Este género de acção pode ser divertido para assistir no Youtube, mas a realidade é bastante triste:   aqueles que "dirigem" a Ucrânia (se é que o termo se aplica) estão interessados apenas numa coisa:   roubar tudo o que resta.

Fase 4. A sociedade ucraniana (se é que o termo ainda se aplica) foi dividida num certo número de facções beligerantes. Isto era, em certa medida, inevitável. O que acontece se se tomar bocados da Polónia, Hungria, Roménia e Rússia e juntá-los juntos à força? Bem, os resultados podem variar; mas se se gastarem US$5 mil milhões (como fizeram os americanos) para virar os ucranianos contra a Rússia (e, uma vez que eles são principalmente russos, contra si mesmos), então obtém-se um desastre completo.

Crianças aprendem a matar.Fase 5. O colapso cultural está bastante avançado. A Ucrânia outrora tinha o mesmo sistema educacional de alto nível da Rússia, mas desde a independência eles comutaram para o ensino em ucraniano (uma linguagem inventada) utilizando manuais não existentes. Raivosos nacionalistas ucranianos ensinam uma falsa história alucinada aos garotos. Contam-lhes que a Rússia é atrasada, que os mantinha atrasados e que merecem ser felizes na UE). (Tal como os gregos? Sim...) Mas agora a população foi reduzida a níveis de pobreza que habitualmente são vistos apenas na África e jovens estão a fugir ou virarem-se para o gangsterismo e a prostituição, simplesmente para sobreviver. Isto não resulta numa feliz narrativa cultural. O que significa ser "um ucraniano" agora? Interjeições eliminadas. Desgosta-me perguntar.
Agora, aqui está o que tudo isto realmente significa. Com tanta coisa errada, a Ucrânia foi incapaz de assegurar suficientes fornecimentos de gás natural ou carvão que proporcione uma reserva de abastecimento no caso de uma onda de frio neste Inverno. Umas poucas semanas de tempo gélido esgotarão a reserva e então haverá congelamento de tubagens, tornando grande parte das áreas urbanas inabitáveis a partir daí (porque, recorde-se, não há mais dinheiro, ou praticamente qualquer indústria, para reparar o dano). Isso parece muito mau, mas ainda não chegamos ao fundo do poço.

A Ucrânia produz mais da metade da sua electricidade utilizando centrais nucleares Há 19 reactores nucleares em operação, com mais dois supostamente em construção. E isto num país cuja economia está em queda livre e aproxima-se daquela do Mali ou do Burundi. O combustível nuclear para estes reactores era fornecido pela Rússia. Um esforço para substituir o fornecedor russo pela Westinghouse fracassou devido a questões de qualidade que levaram a um acidente. O que é que uma Ucrânia em bancarrota, a qual furtou à Rússia milhares de milhões de dólares de dívida soberana, vai fazer quando chegar o momento de reabastecer de combustível aqueles 19 reactores? Boa pergunta! 

Mas uma pergunta ainda melhor é:   será que chegarão mesmo àquele ponto [do esgotamento]? É bem sabido que a manutenção preventiva destas instalações nucleares tem sido restringida, devido à falta de fundos. Provavelmente já está consciente disto, mas deixe-me falar abertamente por via das dúvidas:   um reactor nuclear não é uma dessas coisas que se usam até que se avariem e quando isso acontece chama-se um mecânico para reparar. Não é a espécie de cenário "se não está avariado, não preciso consertá-lo". É mais um cenário de "você falhou uma afinação então não tenho de ir à próxima". E o modo de impedi-lo de se avariar é substituir todas as peças que estão listadas no programa de substituições sem atrasar as datas indicadas naquele programa. Ou fazem isso assim ou a coisa "Ca-bum!" e o cabelo de toda a gente começa cair. 
Quão próxima está a Ucrânia de um grande acidente nuclear? Bem, verifica-se que muito próxima:   recentemente foi evitado por pouco um acidente quando Ucro-Nazis explodiram linhas de transporte de electricidade que abasteciam a Crimeia, disparando um apagão que durou muitos dias. Os russos mexeram-se e estenderam uma linha de transporte do território russo principal, de modo que agora a Crimeia está acesa outra vez. Mas enquanto aquilo estava a acontecer, o Sul da Ucrânia, com os seus quatro blocos de energia, perdeu a sua ligação à rede e foi só com acções muito rápidas de peritos, tomadas pela equipe, que foi impedido um acidente nuclear.

Espero que já saiba isto, mas por via das dúvidas deixe-me repetir outra vez. Uma das piores coisas que pode acontecer a um reactor nuclear é a perda do fornecimento de electricidade. Sim, centrais nucleares produzem electricidade – uma parte do tempo – mas elas devem ser abastecidas de electricidade o tempo todo para evitar uma fusão do núcleo (meltdown). Foi o que aconteceu em Fukushima Daiichi, a qual espalhou radionuclídeos no terreno até Tóquio e ainda está a vazar combustível radioactivo para dentro do Pacífico.

Assim, o cenário de pesadelo para a Ucrânia é simples . A temperatura cai abaixo do ponto de congelamento e permanece assim durante um par de semanas. O abastecimento de carvão e gás natural esgota-se; as centrais termoeléctricas encerram; as redes eléctricas falham; as bombas circuladoras nos 19 reactores nucleares (as quais, a propósito, provavelmente não passaram por uma revisão geral tão recentemente como deveriam) param de bombear; fusão do núcleo! 

Por isso, se quiser dizer uma oração pela Ucrânia neste período festivo, não se preocupe porque ela já está realmente desgraçada. Mas diga uma oração em favor do aquecimento global. Se este Inverno for muito, muito quente, então o cenário dos "19 Fukushimas" talvez possa ser evitado. Isto não é impossível: temos visto Invernos estranhamente quentes e cada mês que passa estabelece novos recordes. O futuro parece quente – portanto muito amistoso. Vamos rezar para que não se torne demasiado quente – radioactivo. 
24/Dezembro/2015

[NR] Ver O colapso da ordem financeira global começa dia 21

[*] Autor de The Five Stages Of Collapse

O original encontra-se em www.zerohedge.com/news/2015-12-24/ukraines-looming-19-fukushimas-scenario 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Aposentados e trabalhadores são alvo número 1 na crise, diz Paim

Aposentados e trabalhadores são alvo número 1 na crise, diz Paim

Senador gaúcho criticou tentativa do governo de encaminhar reformas trabalhista e previdenciária
Aposentados e trabalhadores são alvo número 1 na crise, diz Paim  | Foto: Geraldo Magela / Agência Senado / CP
Aposentados e trabalhadores são alvo número 1 na crise, diz Paim | Foto: Geraldo Magela / Agência Senado / CP
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  • Luiz Felipe Mello
Na próxima segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff deve reunir a equipe econômica para tentar encaminhar as reformas trabalhista e previdenciária. As mudanças seriam as primeiras tarefas do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no governo. O senador gaúcho Paulo Paim (PT) chamou, via Twitter, a iniciativa de crueldade com o trabalhador brasileiro. Nesta quarta, em entrevista ao site do Correio do Povo, Paim reiterou seu pensamento e afirmou que os aposentados e a classe trabalhadora são os primeiros alvos em tempos de crise. 

"Eu estou muito preocupado com isso. Já tivemos no final do ano passado uma surpresa negativa, quando tentaram (o governo) mexer no direitos trabalhistas. Este ano a história vai se repetir. Já estou estabelecendo contatos para uma mobilização contra essas reformas. Os aposentados e trabalhadores sempre são primeiros alvos dos governos em tempos de crise", disse Paim. 

O senador afirmou que sabe exatamente o que o governo quer e que a troca ministerial serviu apenas como uma distração para mexer no direito dos trabalhadores. "Toda vez que falam em reformas acontece isso. O governo Fernando Henrique já fez isso no passado, e nós mudamos. Eles querem negociar acima do legislado, querem flexibilizar a terceirização dos serviços. A intenção é ampliar a negociação acima da lei", acrescentou. 

O senador petista lembrou que o fator previdenciário foi aprovado recentemente e não há razão para mudança. Atualmente, a Medida Provisória 676, que foi editada pelo governo em junho, traz uma fórmula que tem como ponto de partida o cálculo 85/95, que se refere à idade da mulher mais seu tempo de contribuição que deve somar 85 anos para a aposentadoria. No caso do homem, a equação é a mesma e deve atingir a soma de 95.  

A alegação do governo Dilma é que a previdência pode falir e a busca é por uma alternativa mais equilibrada. Embora não tenha detalhado seus planos, o ministro da Fazenda, em entrevista coletiva, adiantou que deve trabalhar pela livre negociação das questões trabalhistas entre empregador e empregadores, simplificação tributária e por medidas de desburocratizações. 




Valentin Vasilescu /.... tráfico de armas para os jihadistas

Atualizando uma nova via tráfico de armas para os jihadistas

BIRN investigação mostra que desde 2011 os Estados Unidos, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos comprou na Bulgária por mais de 600 milhões de equipamentos de estilo soviético a grupos armados que lutam contra a República Árabe Síria . Este tráfego contrariem princípios das Nações Unidas proíbem a tentar derrubar um governo, fornecendo armas ofensivas para os adversários de mercenários internos ou externos.
 | BUCARESTE (ROMÉNIA)  
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Desde o início da guerra contra a Síria, o governo dos EUA comprou na Bulgária de armas de tipo soviético por 500 milhões de dólares. Isto aplica-se, entre outros, lançadores de granadas antitanque 18.800 portáteis e 700 KONKURS sistemas de mísseis anti-tanque.
Estas armas foram entregues pelo SOCOM (especiaisComando de Operações do Pentágono) para os "rebeldes" sírios.As transações foram Pérées através de uma empresa de fachada Delaware (Purple Shovel), que pertence a Benjamim agente Worrell desde 1993 o grupo de 902-insurgência contra o Exército dos EUA Fort Meade. Surpreendentemente a maioria destas armas chegaram às mãos do EIS [1]. Em um artigo anterior, nós falamos sobre o pedido da secretária de Estado, Hillary Clinton, à Croácia para fornecer os "rebeldes" armas anti-tanque sírias, através da Jordânia [2]. E essas armas agora amplamente equipar o EIS.
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Maria Petkova Uma pesquisa publicada em Balkan Investigative Rede de Relatório (BIRN) [3], prova que a Bulgária fornece armas aos terroristas na Síria e para outro setor dos Estados Unidos. Armas anti-tanque, como os BGM-71 TOW-uniennes chegar estados e de posse da EIS, embora a Bulgária (membro da NATO e anti-coalizão liderada Washington EIS) disse que ela não participa de que para operações de ajuda humanitária na Síria
A partir de Outubro de 2014, o tipo de carga Boeing 747 Jumbo Jet, a companhia aérea de propriedade da Saudi Arabian Cargo, começaram a desembarcar no Aeroporto Internacional de Sofia. A novidade reside no fato de que, desde a queda da Cortina de Ferro, nenhum avião de carga aterrou em Sofia. Foi documentado dois vôos de carga saudita no final de outubro de 2014, uma em Novembro de 2014, quatro em Dezembro de 2014 e em março e maio de 2015. De acordo com o plano de vôo, os aviões sauditas decolou do vácuo Aeroporto de Jeddah, para pousar em Sófia, onde eles carregado de carga sob a supervisão do dispositivo exército búlgaro, e de novo a um aeroporto Arábia Tabuk, localizado a 100 km a fronteira com a Jordânia.
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Curiosamente, os direitos de sobrevoo e aterragem destes aviões foram emitidas pelo Ministério da Defesa, ao contrário de aviões de carga comum das autorizações da Autoridade de Aviação Civil. Em conformidade com o Anexo 18 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, Chicago, anexo III do Regulamento CEE Conselho Europeu No. 3922 eo manual para a Organização da Aviação Civil Internacional, Doc 9284 (Instruções técnicas para a segurança do transporte de mercadorias perigosas por via aérea), este tipo de autorização concedida a aeronave estrangeira, registrado como aeronaves civis, indicando que o transporte de mercadorias perigosas. Estes voos são considerados voos especiais e receber a mesma prioridade que a aeronave presidencial. Assim, observou-se, na pista de Sofia, de tipo militar caixas carregadas utilizadas para transportar armas e munições. Cada avião levava cerca de 80 toneladas de carga.
Mais tarde, outras aeronaves Airbus A330F tipo cargueiros e Boeing777F propriedade Etihad Cargo, Emirados Árabes Unidos, começaram a chegar no aeroporto de Sofia ao abrigo do presente regime especial. Eles decolou de Abu Dhabi. De junho de 2015 a meados de Agosto de 2015, esta empresa cargueiros realizado cinco vezes essas cargas especiais em Sofia. Em 19 de outubro, um Airbus 330F Etihad carga pousou no aeroporto de Burgas, na Bulgária e, depois de carregar sua carga especial partiu para a base aérea de Al Dhafra, o aeroporto de destino a todos os voos "Etihad Cargo. Esta base aérea é o lar de EUA e francês Rafale (cinco F-22), que bombardear os alvos EIS na Síria e no Iraque.
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O relatório anual sobre as exportações da indústria militar da Bulgária, publicado em Agosto de 2015, afirma na primeira parte do ano, a entrega de armas no valor de 85 milhões de euros para a Arábia Saudita. De agosto até o final de 2015, as armas também foram entregues na Arábia Saudita por 29 milhões de euros. O governo búlgaro admitiu que ele emitiu, em 2014-2015, as licenças para a venda de armas, com o usuário final, os Emirados Árabes Unidos, para além das da Arábia Saudita.Bulgária havia vendido armas para os Emirados Árabes Unidos em 2014-2015 para US $ 30 milhões.
Um relatório das Nações Unidas detalha a lista de mercadorias transportadas a partir da Bulgária para a Arábia Saudita, um Jumbo Jet Boeing 747, a companhia aérea de propriedade da Saudi Arabian Cargo. Ele continha cerca de 827 metralhadoras com sistemas de montagem na pickups Toyota e 120 sistemas anti-tanque, SPG-9 [4]. Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão equipados com armas modernas, produção ocidental, excluindo a compra de armas ao estilo soviético búlgaros para os seus próprios exércitos. Um oficial sênior do búlgaro Inteligência do Exército para BIRN reconheceu que essas armas eram principalmente para "a oposição síria" e que é possível que alguns deles já chegaram no Iêmen. Como essas armas e as armas búlgaras croatas que foram recentemente descobertas no arsenal de lutadores do EIS.
Fonte: Rede Voltaire
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