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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Brandon Smith / Mentiras acerca do colapso económico em curso

Mentiras acerca do colapso económico em curso

por Brandon Smith
É inegável: o colapso final precipita-se sobre nós , tal como economistas alternativos estiveram a advertir-nos desde a implosão inicial de 2008. Nestes anos desde o desastre dos derivativo, foi infindável a absurda e ridícula propaganda publicada pelos media financeiros de referência e à medida que a situação nos mercados piora, a propaganda só aumentará. Para muitos, isto pode parecer contra-intuitivo. Poder-se-ia pensar que quanto mais óbvio se torna o colapso económico, mais os analistas alternativos estarão justificados e mais desperta e consciente estará a pessoa média. Não necessariamente...

De facto, a máquina estonteante dos media de referência está a entrar em alta velocidade à medida em que mais dados negativos são revelados e absorvidos pelos mercados. Se conhece a nossa história, então sabe que isto é uma táctica comum da elite do establishment a fim de amarrar o público a falsas esperanças de modo a que não se prepare nem tome medidas alternativas enquanto o sistema desmorona em torno de si. No início da Grande Depressão foram utilizadas as mesmas estratégias. Verifique se tem ouvido citações semelhantes a estas nos noticiários dos media de referência durante os últimos dois meses:
John Maynard Keynes in 1927: "Não teremos mais crashes no nosso tempo". 

H.H. Simmons, presidente da Bolsa de Valores de Nova York, 12/Jan/1928: "Não posso ajudar senão lançando um voz de discordância a declarações de que estamos a viver num paraíso de loucos e que a prosperidade neste país deve necessariamente diminuir e recuar no futuro próximo". 

Irving Fisher, principal economista dos EUA, The New York Times, 05/Set/1929:"Pode haver uma recessão nos preços das acções, mas não qualquer coisa com a natureza de um crash". E em 17/Set/1929: "Os preços das acções atingiram o que parece um patamar permanentemente alto. Não sinto que possa haver uma quebra de 50 ou 60 pontos dos níveis actuais, tais como (os ursos) previram. Espero ver o mercado de acções em boa forma e mais elevado dentro de poucos meses". 

W. McNeel, analista de mercado, citado no New York Herald Tribune, 30/Out/1929:"Este é o momento para comprar acções. Este é o momento para recordar as palavras do falecido J. P. Morgan... de que qualquer homem for pessimista (bearish) na América irá falir. Dentro de poucos dias é provável que haja um pânico urso ao invés de um pânico touro. Muitos dos baixos preços resultantes desta venda histérica provavelmente não serão alcançados outra vez em muitos anos". 

Harvard Economic Society, 10/Nov/1929: "... uma depressão séria parece improvável; [esperamos] recuperação dos negócios na próxima Primavera, com nova melhoria no fim".
Eis a questão: como SEMPRE disse, o colapso económico não é um evento singular, é um processo. A economia global tem estado no processo de colapso desde 2008 e nunca abandonou esse caminho. Aqueles que eram ignorantes aceitaram estatísticas do governo pelo seu valor facial e o manipulado mercado touro como legítimo, recusando-se a reconhecer o fundamental. Agora, com mercados a sofrerem recentemente uma das maiores quedas livres desde o crash de 2008/2009, eles estão a verificar a loucura das suas suposições, mas isso não significa de modo algum que as aceitarão ou que se desculparão por elas. Se há uma lição que aprendi bem durante meu tempo no Liberty Movemente, é nunca subestimar o poder do preconceito da normalidade (normalcy bias). 

Houve uma plétora de "dias altos" nos mercados durante a Grande Depressão e para uma grande percentagem da população americana isto manteve vivo e durante longos anos o sonho falso de uma recuperação rápida. Aguarde numerosas "atordoante reversões nas acções" à medida que o colapso da nossa era avança, mas recorde sempre que a TENDÊNCIA GERAL importa muito mais do que qualquer dia positivo ou negativo de transacções (a menos que se depare com uma queda de 1000 pontos como tivemos na segunda-feira, 24/Agosto/2015) e, ainda mais importante do que tendências, são os fundamentos económicos.

O establishment fez todos os esforços para ocultar os fundamentos do público através de distorções de grande alcance das estatísticas económicas. Contudo, os dias da desinformação eficaz em termos do sistema financeiro estão a chegar ao fim. Quando investidores e o público geral começa a absorver a realidade de que a economia global está na verdade a testemunhar um vasto cenário de crise e reconhece que os números reais são fraudulentos, este é o único recurso que banqueiros centrais e governos controlam a fim de convencer o público de que a crise que testemunha não é realmente uma crise. Isto equivale a dizer que o establishment tentará marginalizar os sinais de colapso que já não puder ocultar, como se tais sinais fossem de importância "mínima".

Tal como ocorreu durante o início da Grande Depressão, haverá legiões de mentiras à medida que nos aproximamos da hora zero. Aqui estão algumas das mentiras que provavelmente ouvirá com o acelerar do colapso: 

A crise foi provocada pelo contágio chinês 

A hipocrisia intrínseca a esta mentira é verdadeiramente espantosa, para dizer o mínimo, considerando que ela está agora a ser propalada pelos mesmos sacos de lixo dos media de referência, os quais apenas há poucos meses afirmavam que a perturbação financeira da China e os transtornos no seu mercado de acções eram inconsequentes e teriam "pouco ou nenhum efeito" sobre mercados ocidentais.

Recordo especificamente estas citações hilariantes de Barbara Rockefeller no mês de Julho:
"Outra coisa que não importa muito é o colapso das acções chinesas – mais uma vez. A China pode ser grande e poderosa, mas falta-lhe uma base de retalho e administradores de fundos experientes em variações de preços, não faz mal uma derrota verdadeira..."

"Gente do tipo "dia do juízo final" tem estado a dizer durante há muito que ficaremos com um mercado de acções destroçado quando o Fed finalmente fizer o movimento de subir as taxas. Mas como escrevemos na semana passada, a histórica não prova esta tese, não se pode realmente confiar na história quando a dimensão da amostra é um ou dois conjuntos de dados..."
Sim, isto é um bocado embaraçoso. Um ou dois conjuntos de dados? Houve muitas intervenções do banco central na história. Quando é que QUALQUER banco central ou qualquer governo alguma vez utilizou estímulos para manipular mercados através de infusões de moeda fiduciária e o juro zero alimentou recompras de acções ou deu ao governo poder para monetizar a sua própria dívida e realmente teve êxito com este esforço? Quando é que mercados viciados em estímulos, tal como um comprador de heroína, alguma vez levou a uma "recuperação"? Quando é que esta espécie de comportamento alguma vez NÃO criou bolhas orçamentais maciças, uma constante degradação da sociedade hospedeira [do parasita] ou calamidade total?

Subitamente, segundo a MSM, a economia da China não nos afecta. Não só isso, como a China é culpável por todos os males globais da estrutura económica interdependente. E a simples menção de que o Fed pode adiar o fim das taxas de juro quase zero no mês de Setembro recentemente fez subir os mercados em 600 pontos após uma semana de banho de sangue. Significa isso que o potencial para qualquer aumento da taxa de juro, não importa quão pequeno, também tem implicações mais vastas para os mercados.

A verdade é que crash nas acções globais, o qual sem dúvida continuará ao longo dos próximos meses apesar de quaisquer adiamentos da ZIRP por parte do Fed é um resultado da decadência universal na infraestrutura orçamental. Praticamente toda nação individual neste planeta, toda economia soberana, permitiu que bancos centrais e internacionais envenenassem todos os aspectos dos seus respectivos sistemas com dívida e manipulação. Isto não é um problema de "contágio", é um problema sistémico de todas as economias por todo o mundo.

O crash da China tem importância não porque esteja a levar todas as outras economias ao crash. Ele tem importância porque a China é o maior importador/exportador do mundo e é um teste ácido para a saúde financeira de todos os outros países. Se a China está em queda, isto significa que não estamos a consumir e, se não estamos a consumir, então devemos estar falidos. O crash da China anuncia as nossas próprias condições económicas muito piores. É PORQUE os mercados ocidentais estão em desintegração juntamente com o da China, apesar das presunções dos media de referência.

Cortes de taxa da China travarão o crash 

Não, não travarão. A China cortou taxas cinco vezes desde Novembro último e isto nada fez para deter a maré do seu colapso do mercado. Não estou certo da razão porque alguém pensaria que um novo corte de taxa conseguiria algo mais do que talvez um alívio da continuação da avalanche.

Não é um crash, é apenas o fim de um "Ciclo de Mercado" 

Esta é a mais ignorante das não explicações que já ouvi. Não existe tal coisa como um "ciclo de mercado" quando os mercados são suportados parcial ou totalmente por manipulação de moeda fiduciária. O nosso mercado não é de modo algum um mercado livre, portanto ele não pode comportar-se como um mercado livre e, assim, ele é um mercado atrofiado sem ciclos identificáveis.

Oscilações em mercados de até 5%-6% para cima ou para baixo (por vezes ambos no mesmo dia) não fazem parte de um ciclo normal. Elas são um sinal de uma volatilidade cancerosa que decorre de uma economia à beira do desastre.

Nos últimos anos houve aparentemente infindáveis euforias de mercado nos quais qualquer correctores idiotas não podiam errar desde que comprassem enquanto decorria a intervenção monetária do Fed. Isto também não é normal, mesmo na chamada "nova normal". Sim, a actual perturbação com as acções é um resultado inevitável de mercados manipulados, estatísticas falsas e esperanças deslocadas, mas é na verdade um crash tangível em formação. Não é de modo algum exemplo de um não ameaçador e previsível "ciclo de mercado" e o facto de que a conversa pretensiosa dos media de referência e das pessoas a quem eles palram não dê absolutamente nenhuma pista do que está para vir é apenas uma nova evidência disto.

O Fed nunca elevará as taxas 

Não conte com isso. Declarações pública de entidades globais como o FMI, sobre a China por exemplo, têm argumentado que sua crise actual é simplesmente parte da "nova normal", um futuro no qual crescimento estagnado e padrões de vida reduzidos é o modo como as coisas serão. Espero que o Fed irá utilizar o mesmo exacto argumento para apoiar o fim das taxas de juro zero nos EUA, afirmando que o declínio da riqueza e dos padrões de vida americanos é uma componente natural da nova ordem económica mundial em que estamos a entrar.

Esteja certo, marque minhas palavras, que dentro em breve o Fed, o FMI, o BIS e outros tentarão convencer o povo americano de que a erosão da economia e a perda do status de reserva mundial é realmente uma "coisa boa". Eles afirmarão que um dólar forte é a causa de todo o nosso sofrimento económico e que é necessária uma perda de valor. Enquanto isso, naturalmente, eles minimizarão as tragédias que resultarão quando a mudança rumo à desvalorização do dólar se abater sobre as cabeças do populacho.

Uma alta da taxa pode não se verificar em Setembro. De facto, como previ no meu último artigo , o Fed já está a dar pistas de um atraso a fim de promover os mercados, ou pelo menos reduzir a actual carnificina a um nível mais administrável. Contudo, eles ELEVARÃO as taxas no futuro próximo, provavelmente antes do fim deste ano após algumas reuniões em alta tensão nas quais o mundo financeiro estará sentado à espera ansiosamente da palavra do alto. Por que elevaria taxas? Algumas pessoas não apreendem o facto simples de que a tarefa do Federal Reserve é destruir o sistema económico americano, não protegê-lo. Uma vez que se entende esta dinâmica, então tudo o que faz o banco central faz perfeito sentido.

Um aumento de taxa ocorrerá exactamente porque é o que é necessário para mais uma vez desestabilizar a psicologia do mercado estado-unidense a fim de abrir caminho para o "grande recomeço económico" que o FMI e Christine Lagarde estão tão ansiosos por promover. Além disto, muitas pessoas parecem estar esquecidas de que o ZIRP ainda está a operar, mas que a volatilidade de qualquer forma tem tendência negativa. Lembram-se de quando todos estavam prontos a ganhar seus chapéus "Dow 20.000", certos da omnipotência dos estímulos do banco central e da infinitude do QE? Sim, aquilo era claramente uma fantasia.

O ZIRP esgotou-se. Ele já não está mais a alimentar os mercados como antes e os fundamentos são demasiado óbvios para serem negados.

Os globalistas no Bank for International Settlements na Primavers consideraram abertamente a existência de políticas de baixas taxas de juro um disparador potencial para a crise . Suas declarações relacionam-se com a tendência do BIS para "prever" terríveis eventos de mercados que eles ajudaram a criar enquanto, ao mesmo tempo, deturpam as razões que estão por trás.

O ponto fundamental é que o ZIRP já fez a tarefa a que se destinava. Já não há mais qualquer razão para o Fed deixá-lo em vigor.

Esteja preparado para o QE4 

Mais uma vez, não confie nele. Ou, no mínimo, não espere que um QE renovado tenha qualquer efeito duradouro sobre o mercado se for iniciado.

Não há realmente sentido em apontar para o lançamento de um quarto programa QE, excepto ficar à espera de que o Fed de vez em quando instile esta possibilidade no media para enganar investidores. Primeiro, o Fed sabe que seria uma admissão aberta de que os últimos três QEs foram um fracasso absoluto e, apesar de a sua tarefa ser desmantelar a economia estado-unidense, não penso que procurem assumir culpa imediata por toda a confusão. O QE4 seria tão desastroso quanto o último programa de estímulo do BCE foi para a Europa, sem mencionar as últimas várias acções de estímulo do PBOC [Popular Bank of China]. Direi isto mais uma vez – estímulos com moeda fiduciária têm uma vida útil limitada e essa vida útil está ultrapassada para todo o globo. Os dias de mercados suportados artificialmente estão quase acabados e nunca voltarão.

Vejo pouca vantagem para o Fed em trazer o QE4 para o quadro. Se o objectivo é descarrilar o dólar, essa actuação já está a caminho quando o FMI cuidadosamente estabelece o cenário para a entrada do Yuan no cabaz global de divisas do DES [Direitos Especiais de Saque] no próximo ano, ameaçando o status do dólar como reservas mundial. A China também continua a despejar centenas de milhares de milhões em Títulos do Tesouro (treasuries) dos EUA levando a uma corrida para um despejo dos mesmos por parte de outros países. O dólar como divisa é um morto ambulante e o Fed nem mesmo terá de imprimir no estilo da Alemanha de Weimar a fim de matá-lo.

Não é tão mau quanto parece 

Sim, é exactamente tão mau quanto parece se não pior. Quando o Dow pode abrir 1000 pontos abaixo na segunda-feira e a China pode perder todos os seus ganhos de 2015 no intervalo de algumas semanas apesar de medidas de estímulo institucionalizado que perduram há anos, então alguma coisa está muito errada. Isto não é um "soluço". Isto não é uma correcção que já atingiu o fundo. Isto é só o começo do fim.

As acções não são um indicador previsional. Elas não seguem os fundamentos positivos ou negativos. As acções não entram em crash antes ou durante o desenvolvimento de uma economia enferma. As acções entram em crash depois de a economia já ter entrado em coma. As acções entram em crash quando o sistema já não tem salvação. Desde 2008, nada na estrutura da finança global foi salva e agora o edifício da banca central está ou incapaz ou não desejoso (acredito que ambos) de fornecer as ferramentas que nos permitam mesmo pretender que pode ser salvo. Vamos sentir o estrago agora, enquanto o establishment nos diz que tudo isso está dentro das nossas cabeças. 
28/Agosto/2015

O original encontra-se em www.alt-market.com/...   e em www.zerohedge.com/... 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

India / Tempo para Criar Nova História

Tempo para Criar Nova História

Satyaki Roy
A história não foi escrito somente pelo capital. A dinâmica do capitalismo é uma expressão de antagonismo não planejada entre trabalho e capital. O ambiente neoliberal, por vezes, fazer-nos crer que são os caprichos e fantasias da classe capitalista que passar em branco e, portanto, de capital podem tornar o mundo de sua própria imagem. Nunca tinha sido assim e não seria no futuro também. Discursos que percebem a lógica capitalista como idêntica à da civilização humana são ideologicamente carregado. No entanto, até agora, o capitalismo conseguiu impor uma fachada de naturalidade sobre a regra de exploração. Esta é precisamente a razão pela qual a queda nos preços das ações tem sido de tanta preocupação para as pessoas que importam Considerando declínio acentuado na participação dos salários durante períodos de alto crescimento continua a ser conscientemente despercebido em uma sociedade que é cada vez mais insensível à causa do trabalho. Este é o momento de greve, um momento de intervenção política para os trabalhadores a levantar a voz quando silenciar suas reivindicações tornou-se o qualificador mais importante de um governo pró-ativa. Impulso recente do governo no sentido de reformas trabalhistas é nada, mas uma guerra contra a classe trabalhadora a intenção de desmantelar instituições de proteção existentes e empurre participação dos trabalhadores mais baixo em nome de flexibilidade na produção.
Pense em um país que aspira a infra-estrutura de classe mundial física, cidades inteligentes, movimento contínuo das finanças globais e assim por diante, mas mantém silêncio inquietante sobre a questão de elevar o nível de vida da população trabalhadora.Façamos uma comparação global: a porcentagem média mundial de trabalhadores que ganham menos de 2 $ por dia (PPP) é de 28, enquanto no caso da Índia é 59 por cento. Do número total de 472 milhões de trabalhadores na Índia 436 milhões que é mais do que 92 por cento são trabalhadores que não são cobertos sob as leis trabalhistas ou regimes de segurança social. Como justificar a precariedade do mercado de trabalho na Índia, onde a participação dos salários regulares e assalariados fora da força de trabalho total é de apenas 17,9 por cento? Incidência da pobreza é muito elevado para aqueles que estão empregados. O quão ridículo é que 36 por cento dos trabalhadores informais, 24 por cento da percentagem de trabalhadores independentes e 9 dos trabalhadores regulares na Índia ganhar uma renda que é menos do que a linha já muito baixo pobreza.
As reformas trabalhistas sugeridas iria proporcionar uma maior liberdade para os empregadores de contratar e demitir e também para aumentar a parcela de trabalhadores eventuais e contratados dentro da força de trabalho. Já na fabricação organizada a participação dos trabalhadores contratados aumentou de 10 por cento em 1992-93 para 34 por cento em 2011-12. Dentro de emprego não agrícola, mais de 68 por cento da força de trabalho está no sector informal que significa que seu trabalho é informal não permanente e com base em contrato. Mas é esta a atingir maior flexibilidade em resposta às flutuações da demanda global?Se isso tivesse sido o caso, então, apenas a flexibilidade funcional teria sido proposto que exige flexibilidade na estrutura do emprego e multi-tasking. Dado o fato de que este é também um meio para aumentar o controle sobre a força de trabalho, no entanto, se aceitarmos isso por causa do argumento seria de esperar que os salários mais altos para os trabalhadores contratados em comparação com os trabalhadores regulares porque os salários, nesse caso, deve levar em consideração outros benefícios relacionados ao social, segurança e assim por diante que não seria pago como é feito para o emprego a longo prazo. Mas isto não é o caso. Em vez disso, um trabalhador regular, recebe um salário diário médio de Rs 392 e salário médio do trabalhador casual é Rs 143. Portanto, o benefício implícito de precarização que os empregadores derivar em nome da flexibilidade é, basicamente, redução de salários para cerca de um terço do que tem de ser pago a um trabalhador assalariado em base regular.
São os trabalhadores na Índia realmente pago tanto que eles estão comendo os lucros dos capitalistas? Certamente que não, como os seguintes dados confirma. Primeiro de todos os trabalhadores share em valor acrescentado considerando massa salarial desceu de 47 por cento em 1981-82 para 25 por cento em 2010-11. Na fabricação organizada considerando-se apenas os salários a queda é de 25,9 por cento para 9,9 por cento durante o mesmo período o que significa para cada 100 rúpias no valor de valor criado no compartilhamento de trabalhadores da economia em termos de salários é de apenas 9,9 rúpias. Em segundo lugar, apesar de um elevado crescimento da produtividade do trabalho durante a segunda metade da década de 2000 em cerca de 6,4 por cento, o crescimento dos salários reais foi de apenas 1,4 por cento em média. Assim, os trabalhadores são mal pagos e não porque sua produtividade é baixa, ao contrário dada a sua crescimento da produtividade que recebem menos do que o que eles merecem. Em terceiro lugar, os empregadores estão dispostos a substituir trabalhadores por máquinas, porque é sempre fácil de manusear máquinas que são produtos do trabalho passado ou "trabalho morto" do que "trabalho vivo" e também impulsionada pelo imperativo de seguir padrões de tecnologia em um mercado globalizado. O resultado é, obviamente, um aumento na intensidade de capital e que deu origem a este fato surpreendente que o custo do trabalho na produção total na fabricação organizado chegou até 2,17 por cento em 2012-13. Portanto não só a produção exige um número menor de trabalhadores, mas também os trabalhadores recebem menos.
Tendo em conta os salários de fome a ser dado, e tendo em vista o aumento do trabalho e da produtividade, os trabalhadores estão justificadamente exigir um salário melhor - Rs 15.000 por mês. Esta é uma das principais exigências para que o 02 de setembro de 2015 greve está sendo organizado. Burocratas do ministério do trabalho têm tentado enganar os trabalhadores através da mídia plantada histórias que o governo Modi está a planear aumentar o salário mínimo. Este foi talvez uma tentativa de furar o crescente apoio à greve. No entanto, em nenhum fórum oficial, nem mesmo na Conferência do Trabalho, tem esta questão foi abordada pelo governo. Afinal Modi foi "marketing" da Índia em todo o mundo como um país com mão de obra "barata"!
Tendo experimentado a destruição intencional da máquina aplicação do direito do trabalho nas últimas duas décadas e meia, a renovação e fortalecimento desta maquinaria é também uma das principais exigências. Escusado será dizer que a implementação de salários mínimos legais tem sido sempre um problema. 73 por cento dos trabalhadores agrícolas, de 37 por cento dos trabalhadores rurais não agrícolas e 54 por cento dos trabalhadores urbanos não recebem os salários mínimos estipulados. Mas a batalha será travada implementação posteriormente, nas ruas, se necessário.
Histórias são criadas em momentos de crise e da classe trabalhadora do nosso país precisa subir em tais ocasiões para que as intervenções pode esvaziar trajetórias futuras que são manifestamente anti-povo.

Djamila Ribeiro / Ser contra cotas raciais é concordar com a perpetuação do racismo

Ser contra cotas raciais é concordar com a perpetuação do racismo

por Djamila Ribeiro — publicado 15/07/2015 13h23
Fomos das senzalas às favelas. A maioria da população negra é pobre por conta da herança escravocrata, que deve ser reparada
Fernando Frazão / Agência Brasil
Dia da Consciência Negra
Celebração do Dia da Consciência Negra no Rio de Janeiro, em 2014
É comum algumas pessoas não entenderem por que afirmamos que pessoas contra cotas raciais são racistas. Há quem pense que racismo diz respeito somente a ofensas, injúrias e não percebem o quanto vai muito mais além: se trata de um sistema de opressão que privilegia um grupo racial em detrimento de outro.
No Brasil, foram 354 anos de escravidão, população negra escravizada trabalhando para enriquecer a branca. No pós-abolição, no processo de industrialização do Brasil, incentivou-se a vinda dos imigrantes europeus pra cá. Muitos inclusive receberam terras do Estado brasileiro, ou seja, foram beneficiados por ação afirmativa para iniciarem suas vidas por aqui. Tiveram acesso a trabalho remunerado e, se hoje a maioria de seus descendentes desfrutam de uma realidade confortável foi porque foram ajudados pelo governo pra isso.
Em contrapartida, para a população negra não se criou mecanismos de inclusão. Das senzalas fomos para as favelas. Se hoje a maioria da população negra é pobre é por conta dessa herança escravocrata e por falta da criação desses mecanismos. É necessário conhecer a história deste País para entender porque certas medidas, como ações afirmativas, são justas e necessárias. Elas precisam existir justamente porque a sociedade é excludente e injusta para com a população negra.
Cota é uma modalidade de ação afirmativa que visa diminuir as distâncias, no caso das universidades, na educação superior. Mesmo sendo a maioria no Brasil, a população negra é muito pequena na academia. E por quê? Porque o racismo institucional impede a mobilidade social e o acesso da população negra a esses espaços.
Pessoas brancas são privilegiadas e beneficiadas pelo racismo. Um garoto branco de classe média, que estudou em boas escolas, come bem, aprende outros idiomas, tem lazer e passa em uma universidade pública, pode se achar o máximo das galáxias, mas na verdade o que ocorre é que ele teve oportunidades na vida pra isso. Qual mérito ele teve? Nenhum. O que ele teve foi condições pra isso.
Um garoto negro pobre, que estuda nas péssimas escolas públicas, come mal, não tem acesso a lazer, para passar em uma universidade terá muito mais dificuldades para isso porque não teve as mesmas oportunidades. Cota não diz respeito a capacidade, capacidade sabemos que temos; cota diz respeito a oportunidades. São elas que não são as mesmas.
Se o Estado brasileiro racista priva a população negra dessas oportunidades é dever desse mesmo Estado construir mecanismos para mudar isso. O movimento negro sempre reivindicou cotas juntamente com a melhoria do ensino de base. Só que, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), demoraria por volta de 50 anos para que a educação de base fosse de qualidade. Quantas mais gerações condenaríamos sem as cotas?
Cotas e investimento no ensino de base não são tópicos excludentes, ao contrário, devem acontecer concomitantemente. Cotas não são pensão da previdência, são medidas emergenciais temporárias que devem existir até as distâncias diminuírem.
Minha avó materna nascida na década de 20 teve de começar a trabalhar aos 9 anos de idade como empregada doméstica. O Estado brasileiro não garantiu seu direito à educação. Ela contava que a patroa colocava um banquinho para que ela alcançasse a pia para lavar as louças enquanto os filhos da patroa estudavam, viajavam, comiam bem.
Joselia Oliveira, atleta de levantamento de peso, possui uma história similar. Trabalhou como empregada, cuidava dos filhos da patroa enquanto os mesmo faziam balé, inglês. “Sou do interior do Rio de Janeiro, aos 6 anos já subia no banquinho para lavar louças e cuidava de crianças menores. Algumas dessas famílias me trouxeram para o Rio de Janeiro com a promessa de cuidarem de mim, mas eu só trabalhava, não recebia salários e ganhava roupas e brinquedos usados. Muitas meninas do meu bairro tiveram o mesmo destino. Só aos 14 anos fui entendendo que aquilo era exploração, mas recuperar tanto tempo perdido não é fácil. Por isso, cotas são necessárias”, diz.
Joselia nasceu em 1978 e ainda enfrentou a mesma realidade de minha avó, o que na verdade é a realidade de muitas mulheres negras. Infelizmente, essa ainda é a regra. E, para se pensar políticas públicas, devemos nos ater à regra e não a exceções. Utilizar o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa como exemplo, quando a maioria da população negra está na pobreza, é além de um argumento falho, ignorância e má fé.
Logo, ser contra uma medida que visa combater essas distâncias criadas pelo racismo é ser a favor da perpetuação do racismo. E se você se coloca contra, isso te torna o quê?
Pesquisem sobre o conceito de equidade aristotélica (sim, de Aristóteles, o filósofo grego): as ações afirmativas também se baseiam nele, que basicamente significa tratar desigualmente os desiguais para se promover a efetiva igualdade. Ou seja, se duas pessoas vivem em situações desiguais, não se pode aplicar o conceito de igualdade abstrata porque concretamente é a desigualdade que se verifica. Aquela pessoa que está em situação de desigualdade precisa de mecanismos que visem o acesso dela à cidadania.
Em relação a pessoas brancas pobres, existem as cotas para quem é oriundo de escolas públicas, as cotas sociais. Mas as raciais também são necessárias porque pessoas brancas, por mais que pobres, possuem mais possibilidades de mobilidade social, uma vez que não enfrentam o racismo.
Façam um passeio por um shopping center e vejam a cor dos vendedores e vendedoras, das gerentes. Negros são os mais pobres entre os pobres e só a cota social não nos atinge. Beneficiaria somente pessoas brancas.
Cotas raciais porque esse País possui uma dívida histórica para com a população negra. Dizer-se anti-racista e ser contra as cotas é, no mínimo, uma contradição cognitiva e, no máximo, racismo.
Ou se lida com isso ou se repensa e questiona os próprios privilégios. Fazer-se de vítima é reclamar de exclusões que nunca passou.
Fonte: CC = CartaCapital

domingo, 30 de agosto de 2015

Tempestade solar grave!

tempestade solar

Quando você pensa em tempestade, tem medo do vento e da chuva? Pois o que você realmente deveria temer é o sol. Se uma tempestade solar grave o suficiente atingir a Terra, nossa tecnologia pode ser exterminada. Seria muito difícil se recuperar de tal catástrofe.

Tempestade solar? Reze para não acontecer
Tempestade solar é um termo genérico usado para descrever um monte de coisas que o sol pode lançar sobre a Terra, incluindo raios-X, partículas carregadas e plasma magnetizado. Uma enorme tempestade solar não atinge nosso planeta desde meados do século 19, mas os cientistas climáticos estão muito preocupados com a possibilidade de outra.  Estamos muito mais dependentes da tecnologia nos dias de hoje”, explica Thomas Berger, diretor do Centro de Previsão de Tempo Espacial na Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA.

Nem todo tipo é um problema
Uma tempestade solar normalmente começa com uma labareda solar – uma gigantesca explosão na superfície do sol que envia energia e partículas para o espaço. Explosões pequenas, de classe C, ocorrem o tempo todo e são fracas demais para afetar a Terra. As médias, de classe M, podem produzir pequenas rupturas de rádio. Já explosões de classe X são as maiores, liberando o equivalente a até um bilhão de bombas de hidrogênio em energia. Estas erupções ocorrem muito raramente, mas quando ocorre.  A pior parte dessa brincadeira é que os cientistas não podem prever quando o sol vai entrar em erupção. Só sabemos que as explosões têm a ver com as perturbações no campo magnético da estrela, que oscila ao longo de um ciclo de cerca de 11 anos.

Tudo bem por enquanto
Explosões médias enviam ondas de radiação de alta energia – raios X e luz ultravioleta – em direção à Terra. Estes tipos de radiação são poderosos o suficiente para rasgar elétrons dos átomos. Isso é exatamente o que começam a fazer quando atingem a parte superior da nossa atmosfera, conhecida como ionosfera. Basicamente, o céu fica eletrocutado com um pulso eletromagnético gigante. Apesar de soar terrível, esses eventos não nos afetam muito. A única exceção é o rádio. Os sinais de rádio entre a Terra e os satélites em órbita podem ser bloqueados se a atmosfera ficar muito carregada. Isso pode cortar, por exemplo, a comunicação de aviões voando sobre os polos. Mas essa é uma dificuldade apenas temporária, com duração de dez minutos a horas, no máximo.

Um tempo depois de uma explosão solar dessas iluminar o céu, uma corrente de partículas carregadas – elétrons e prótons – chegam à Terra. Elas bombardeiam a magnetosfera, a proteção em torno da Terra criada por nosso campo magnético. Ocasionalmente, um grande pulso de partículas carregadas atinge satélites em órbita e danifica seus aparelhos eletrônicos. Radiação de partículas é também um risco para a saúde dos seres humanos no espaço. “Nós temos que nos preocupar com partículas energéticas na Estação Espacial Internacional”, disse Joe Gurman, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. Isso só se tornará um verdadeiro grande problema, no entanto, se e quando decidirmos colonizar o espaço.

Ejeções de massa coronal
Até agora, nós, reles mortais não astronautas, estávamos bastante seguros. O pessoal no chão da Terra só precisa se preocupar com uma erupção solar se ela for uma ejeção de massa coronal (EMC). Quando o sol se inflama, às vezes atira uma gigantesca nuvem de plasma magnetizada para o espaço. A EMC é a forma mais lenta e perigosa de tempestade solar, levando a partir de 12 horas a vários dias para chegar à Terra. Assim, meteorologistas às vezes têm tempo de prevê-las. A EMC é liberada praticamente em linha reta a partir do sol, e sempre há uma boa chance de que a Terra não acabe em seu caminho. Se ela vier direto para nós, vai primeiro atingir o satélite ACE (Advanced Composition Explorer) da NASA, localizado cerca de 1,6 milhões de quilômetros na frente da Terra. Se isso acontecer, temos de 30 minutos a uma hora antes de uma nuvem de plasma interagir com a magnetosfera de nosso planeta e provocar uma tempestade geomagnética.

Salve-se quem puder
E é aí que o bicho pega, pois começaremos a ver os efeitos sobre a rede elétrica. Isso gera enormes correntes elétricas na atmosfera superior da Terra”, disse Berger. “Dependendo de quão condutor o solo for, grandes correntes podem alimentar toda uma rede”. E isso é uma má notícia.  A força de uma tempestade geomagnética é medida em “tempo de perturbação” ou Dst, que descreve essencialmente quanto uma EMC sacode o campo magnético da Terra. Tempestades comuns, que causam as luzes do norte (auroras boreais), mas de outra forma não têm impacto em nós, estão na faixa dos Dst de -50 nT (nanotesla).

A pior tempestade geomagnética da era espacial, que atingiu Quebec, no Canadá, em março de 1989, registou uma Dst de -600 nT. E mesmo essa tempestade é insignificante em comparação com o evento Carrington, uma tempestade geomagnética que acertou a Terra 156 anos atrás. Na época, o dano não foi tão ruim, mas hoje poderia significar um desastre.

Tempestade monstro
O evento Carrington de setembro de 1859 foi nomeado em homenagem a Richard Carrington, o astrônomo inglês que viu o sol incendiar-se com seus próprios olhos. Nos dias seguintes a observação de Carrington, uma série de EMCs poderosas chegaram aqui, acendendo as luzes do norte até o sul de Cuba. As correntes eletrificaram linhas telegráficas, chocaram técnicos, incendiaram documentos telegráficos e provocaram interrupções de comunicações generalizadas. Estimativas modernas para a força desta tempestade são de Dst -800 nT a -1.750 nT. A sociedade humana é muito mais dependente de eletricidade hoje do que era 156 anos atrás. Agora temos gasodutos, redes de transmissão de energia elétrica e muito mais produtos tecnológicos. Então, o que aconteceria se um evento do porte de Carrington nos atingisse?

Adeus sociedade
Todo o sistema de distribuição de energia poderia colapsar. Se isso acontecer, poderia levar à falta de energia em massa. Poderíamos dar adeus a coisas como luz elétrica, internet, aquecimento, abastecimento de água de controle eletrônico (como ocorre na maioria das cidades modernas, onde sanitários e sistemas de tratamento de esgoto iriam parar de trabalhar), alimentos perecíveis e medicamentos seriam perdidos, tirar dinheiro seria impossível, a tecnologia GPS seria nocauteada etc. Alguns destes efeitos poderiam durar anos, e serem sentidos a nível global. O custo econômico, por consequência, seria enorme.

Um relatório das Academias Nacionais de Ciências, Engenharias e Medicina dos EUA estima que o custo total de um evento Carrington hoje poderia ultrapassar US$ 2 trilhões. É importante ter em mente que não estamos falando uma situação apocalíptica pouco improvável. De fato, em julho de 2012, um enorme EMC atravessou a órbita da Terra e por pouco não nos atingiu. Esse evento, pego pelo satélite STEREO-A da NASA, teria registrado um Dst de -1200 nT, comparável ao evento Carrington.

Fonte: Hypescience.com
 [Gizmodo]

sábado, 29 de agosto de 2015

Deirdre Griswold / O crash no mercado de acções

O crash no mercado de acções

– Sintoma da decadência capitalista


por Deirdre Griswold
Se há algo que mostre dramaticamente a irracionalidade do sistema económico capitalista, é um crash do mercado financeiro. Isto acontece após um período de euforia nos mercados que conduziu os preços a alturas nunca vistas e a enormes somas de dinheiro que mudaram de mãos – nos dias actuais, habitualmente de modo electrónico.

Então chega o dia do ajuste de contas. O que parecia riqueza sólida no dia anterior subitamente transforma-se em tinta vermelha. Isto é o que começou a acontecer na terceira semana de Agosto aos mercados de todo o mundo.

Em tais tempos, só aquele com bolsos fundos podem permanecer no "jogo" e manter seus investimentos, à espera de uma alta renovada. Se os bilionários são capazes de comprar quando os preços afundaram e outros estão em bancarrota, eles posicionam-se para fazer uma "matança" real no mercado – se ele reagir em algum momento.

Na segunda-feira, 24 de Agosto, algumas estimativas colocam as perdas à escala mundial num total de US$10 milhões de milhões. Isto é um milhar, vezes outro milhar, vezes outro milhar, vezes um milhar mais uma vez, vezes 10. US$10.000.000.000.000 – só para por as coisas em perspectiva.

Como é que se pode "perder" US$10 milhões de milhões de riqueza? Ou será que ela realmente existia?

Presumivelmente, este número de US$10 milhões de milhões representa vagamente o valor real de commodities – carvão, aço, veículos, alimentos, abrigo, linhas aéreas, gasolina – que teriam sido produzidos para venda em algum tempo futuro, se o processo de produção e acumulação capitalista tivesse continuado numa rota ascendente.

Que tanto possa ser "perdido" tão rapidamente mostra a natureza precária do capitalismo. Isto ilustra do modo mais absoluto como o sistema do lucro vai contra qualquer planeamento racional da actividade económica humana nesta era de alta tecnologia – quando o fosso entre ricos e pobres, entre classes sociais e entre todos os países se expande na medida em que a produtividade dá saltos em frente.

Quando isto está a ser escrito, os media e muitos sabichões económicos estão a tentar falar com entusiasmo ao mercado, enfatizando sua recuperação parcial dos recordes baixistas de ontem. Ninguém nos media quer fazer previsões tipo profeta da desgraça, sabendo que poderiam ser considerados responsáveis por causar um pânico e mais um mergulho para baixo.

O jogo da culpa 

Seja como for, os lançadores de culpas já escolheram o seu alvo. Quase todos os órgãos de propaganda das classes dominantes imperialistas apontaram o dedo para quem atribuem responsabilidade: a China. O mercado de acções da China, após uma grande ascensão de preços baseada em esperanças de futura expansão económica igual ao seu crescimento fenomenal da década passada, tomou um melhor a partir de meados de Junho, de acordo com o Shanghai Composite Index.

Havia então uma concordância geral em que as acções chinesas, especialmente no imobiliário, estavam com preços demasiado altos e o declínio era considerado uma "correcção". Mas agora redactores financeiros estado-unidenses começam a descrever a queda continuada das acções chinesas como uma "praga" que de certo modo infectou mercados ocidentais. A suposição aqui é que as condições económicas subjacentes nos países imperialistas do Ocidente eram saudáveis antes de este agente patogénico chinês se infiltrar nos mercados de todo o globo.

Façamos uma pausa.

O que há de saudável acerca dos salários dos trabalhadores nos EUA que hoje compram menos do que o faziam em 1967? O que há de saudável acerca da economia de um país onde um polícia pode prender e matar um homem negro pelo "crime" de sobreviver vendendo cigarros na rua? Como aconteceu com Eric Garner em Staten Island, N.Y. O que há de saudável acerca de um pai ter de trabalhar em duas ocupações a tempo parcial, empregos de baixo salário, só para alimentar seus filhos?

E por falar em salários, não vamos por na média os poucos executivos corporativos que administram actos criminosos deste sistema cão-come-cão e obtém assim lindos prémios com "salários" na casa dos milhões.

Crash das acções, ascensão e crash outra vez 

Os crashes no mercado de acções capitalista não têm nada de novo. A China era um país empobrecido, semi-feudal, dominado por senhores da terra quando no século XIX o primeiro grande colapso do mercado começou a sacudir o povo na Europa e nos EUA. A China ainda estava naquelas condições quando em 1929 aconteceu no Ocidente o crash global do mercado, levando a uma década de extrema pobreza para os trabalhadores – a Grande Depressão.

Desde então tem havido crashes do mercado a cada sete ou oito anos. Alguns investidores ganharam, muitos mais perderam. Mas aconteceu uma coisa interessante com o crash de 2008-09. Neste, desde então, nunca houve uma "recuperação" capitalista real.

O desemprego permaneceu alto, mesmo nos países capitalistas desenvolvidos – especialmente na Europa, mas também nos EUA. Milhões de trabalhadores simplesmente cessaram de procurar um emprego e milhões mais ainda tentam entrar no mercado de empregos pela primeira vez.

Os trabalhadores estão sobrecarregados de dívidas que se tornam cada vez mais impagáveis. Hipotecas de casas, hipotecas de carros, dívidas de cartões de crédito, empréstimos a estudantes – são agora vistas como as próximas bolhas a estourarem.

Quando os super-ricos atenuarem seu domínio apertado sobre o seu dinheiro e investirem na produção, é provável que uma fábrica super-automatizada que custa milhares de milhões empregue no máximo uma pequena centena de trabalhadores.

Isto foi o que nos trouxe o capitalismo e não há nenhuma saída fácil

Deitar abaixo o sistema! 

Todas as gloriosas expectativas criadas pelos enormes feitos científicos e tecnológicos do último século e meio reduziram-se a isto. Os ricos ficaram inacreditavelmente mais ricos, os pobres estão a ficar mais pobres enquanto são batidos por polícias e guerras. E o ambiente, o planeta em que vivemos, está a ser arruinado por um sistema económico baseado na cobiça e na exploração.

Isso não é uma falha da China. Esperançosamente, as lições deste colapso do mercado incentivarão aqueles na China que querem reorientar seus planos de desenvolvimento afastando-se da utilização do mercado capitalista para estimular a economia. Esta é um estimulante que demasiado rapidamente pode tornar-se um deprimente. E também rompe a solidariedade das massas – a qual tornou possível a transformação da China para o primeiro lugar.

A China não causou esta crise. Ao contrário, foi o êxito do desenvolvimento admiravelmente rápido da China ao longo das últimas décadas que manteve a flutuar as economias capitalistas no resto do mundo. Elas afluíram à China para explorar trabalho barato e permaneceram devido à moderna infraestrutura em expansão rápida e à disponibilidade de milhões de trabalhadores jovens, educados e qualificados. Mas estas coisas vieram da capacidade da China para planear o seu desenvolvimento – o resultado da sua revolução socialista.

Agora verifica-se como o impulso temporário que o crescimento da China deu ao capitalismo ocidental após o crash de 2008 não foi suficiente para manter este sistema em andamento. Todas as leis do desenvolvimento social dizem que é tempo de organizar e combater aqui por um derrube total do sistema – de baixo para cima. 
25/Agosto/2015
Ver também:
O original encontra-se em www.workers.org/articles/2015/08/25/stock-market-crash/ 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Com seca mais grave em um século, Cuba vai usar método artificial para fazer chover

Com seca mais grave em um século, Cuba vai usar método artificial para fazer chover

‘Semeadura de nuvens’ será iniciada em setembro e se prolongará ao longo de dois meses; método é considerado controverso por especialistas
Cuba vive a pior seca desde 1901. Para aliviar os efeitos da escassez de água na ilha caribenha, o governo realizará uma “plantação de nuvens” para fazer chover.
De acordo com Argelio Fernández, especialista do INRH (Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos) de Cuba, a ‘semeadura de nuvens’, como também é conhecida esta técnica aplicada em outras ocasiões no país para provocar o aumento das precipitações, será realizada de forma aérea.
Wikicommons

Ilustração mostra como é realizado o processo que pode ser administrado do solo ou por avião
O processo em Cuba terá início em 15 de setembro e será realizado sobre a bacia do rio Cauto, o maior do país, ao longo de dois meses.
A técnica consiste em localizar nuvens específicas e bombardeá-las com iodeto de prata a partir de um avião, para que a água cristalize e aumente de volume até atingir o peso necessário para se precipitar em forma de chuva.
Fernández explicou que de janeiro até hoje Cuba tem registrado o período mais seco desde 1901. As áreas mais afetadas são Santiago de Cuba, Guantánamo, Artemisa e Havana.
Flickr/CC/Abraham Wallin

Tempestade se aproxima de Havana, capital cubana
Há 11 dias, a Defesa Civil iniciou um chamado para que as pessoas e repartições estatais economizassem água e estivessem alertas quanto à seca, além de reforçar ações de vigilância e controle para frear ilegalidades na infraestrutura hidráulica.
Impactos
A técnica é criticada por alguns ambientalistas e cientistas, que questionam a eficácia da metodologia na real produção de chuva. Além disso, a exposição intensa ou contínua ao iodeto de prata pode causar danos residuais em humanos e outros mamíferos, mas não sequelas crônicas.

Fidel Castro diz que EUA devem milhões de dólares a Cuba por danos desde fim de 2ª Guerra

Bandeira dos EUA é hasteada em Havana e Kerry defende fim de embargo econômico contra Cuba

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Por não ser considerada parte da geoengenharia — conceito que define esforços humanos em grande escala para adaptar os sistemas planetários à mudança climática — a prática não é proibida pela ONU, que, em 2010, determinou que esse tipo de experimento, por seu potencial perigo para a biodiversidade, deveria ser suspenso.
Em entrevista concedida à agência IPS em 2012, a acadêmica Graciela Binimelis, do Centro de Ciências da Atmosfera da UNAM (Universidade Autônoma do México), que estuda a física das nuvens há mais de duas décadas, afirmou que as pesquisas realizadas sobre a semeadura de nuvens não analisaram no solo os efeitos da chuva produzida dessa maneira.
Os experimentos devem durar pelo menos cinco anos para apresentar resultados válidos, segundo os especialistas. “Não são conhecidos impactos positivos ou negativos sobre o meio ambiente. O que se viu ao longo de décadas é que existe uma mudança em como chove, para chuvas mais intensas e mais curtas, mas a quantidade de chuva que cai não mudou tanto”, segundo Graciela.
F: Opera Mundi
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