segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POSIÇÃO DA UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO - UP SOBRE O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES DE 2014

POSIÇÃO DA UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO - UP SOBRE O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES DE 2014

Nós, a classe trabalhadora, os milhões de explorados deste país, temos o nosso projeto de sociedade, o socialismo. Ou seja, a socialização das riquezas produzidas pelos trabalhadores e o controle popular sobre o estado e a forma de aplicar os recursos públicos, fruto de nosso trabalho. Este é o único caminho para resolver a contradição de termos os 5% mais ricos com aproximadamente 40% da renda nacional(Pesquisa de Amostra por Domicílios etc.), e a maior parte da população relegada à indigência ou ao emprego precário com baixíssima remuneração.
Mas na luta por este projeto de sociedade, encontramos duros obstáculos. Nos próximos anos, independentemente da candidatura vitoriosa neste 2º turno eleitoral de 2014, a crise internacional que aprofunda suas consequências no Brasil, deve elevar a inflação a mais de 4,5% (Banco Central). Este fato intensificará o aumento dos preços de energia e combustíveis, represados hoje pelas ações do governo, além dos alimentos e aluguéis que consomem quase a totalidade da renda de nosso povo.
Neste sentido o próximo governante sofrerá pressão internacional para cortar gastos públicos (leia-se: educação, saúde e habitação), realizar medidas antipopulares e privatizar ainda mais nossas riquezas. O principal objetivo, como sabemos, é continuar pagando religiosamente os juros aos banqueiros nacionais e internacionais, através da famigerada dívida pública, que hoje consome mais de 45% do orçamento da união, prática mantida nos últimos anos pelos governos do PT e do PSDB.
Com tudo isso o conjunto dos movimentos populares, partidos de esquerda, sindicatos e organizações estudantis, que são os instrumentos de organização e luta de nosso povo, tem a frente a questão de qual candidato a presidente votar neste 2º turno.
A posição de se abster ou votar nulo, nesta eleição, tem como resultado prático a aceitação passiva de uma possível vitória do candidato do PSDB e todas as consequências que isto implica. Em que pese, grande parte da situação de fortalecimento da política das elites estar ligada à tática de concessões e grande conciliação do PT com os setores que sempre governaram contra os trabalhadores e o povo, abandonando um amplo trabalho de base combativo e classista, se abster agora significa, no mínimo, ser conivente com uma possível vitória do PSDB e sua consequente ofensiva para sangrar mais nosso povo.
Por tudo isso, nós da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) não temos dúvida, afirmamos que votaremos em Dilma para derrotar Aécio, por ser esse candidato um representante da extrema-direita com elementos de fascismo e que pretende implementar um programa abertamente de ataque aos direitos dos trabalhadores, repressão aos movimentos sociais e de benefício ao grande capital internacional.

O que significa uma possível vitória do PSDB?

Que o Brasil passará se alinhar aos interesses internacionais dos EUA contra Cuba, Venezuela e Bolívia. A favor da pilhagem dos países do Oriente Médio e do massacre do povo palestino.
Quando o PSDB esteve a frente do governo brasileiro com FHC (1994 – 2001), o Brasil abriu seu território para uma base militar norte-americana; pretendia nos submeter a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), aliança de livre comércio com os EUA que significava a total sujeição da América Latina aos interesses econômicos Norte Americanos; Além de realizar uma política de amplo apoio a repressão imperialista na Colômbia, desestabilização contra Cuba, etc. Aécio, no atual contexto, trabalhará para tirar o Brasil da ALBA e acabará com todas as iniciativas regionais de solidariedade entre Brasil, Cuba, Venezuela, Bolívia e Argentina.
O atual governo, embora pudesse ter posições mais firmes, como as adotadas pelo governo da Venezuela, tem se posicionado ao lado de Cuba e dos governos populares da América Latina. Também na última Assembleia Geral da ONU, Dilma condenou os ataques dos EUA no norte da Síria e tem defendido uma posição a favor da soberania e autodeterminação dos povos e reiterado a necessidade de mudanças na ONU.
Aécio significa mais repressão aos movimentos sociais, mais violência policial contra o povo pobre e a garantia da impunidade para os crimes da ditadura!
Para Aécio não deve haver revisão da lei da anistia, impedindo assim que o estado puna os torturadores da ditadura militar de 1964 (conforme sabatina do G1 de 04/08/2014). Por isso é o candidato preferido do Clube Militar, organização reacionária composta pela elite dos oficiais do exército. Sabemos que tal omissão leva a enorme impunidade também nos dias de hoje em relação aos crimes cometidos por policiais e demais agentes do estado.
Aécio também defende a redução da maioridade penal e coloca a culpa da violência nos jovens das periferias em vez de garantir educação, emprego e uma vida digna para a juventude. Seu governo significará uma escalada de violência nas favelas, o fortalecimento da militarização das polícias que massacram os negros e pobres nas periferias.
Outro ponto importante é a repressão realizada pelos governos do PSDB nas desocupações de favelas como no caso de Pinheirinho em São José dos Campos/SP; repressão as greves de professores e metroviários; violentas agressões aos jovens nas manifestações de junho de 2013, etc. Neste sentido, Aécio no governo irá fortalecer a repressão as greves, movimentos da juventude, despejos de sem-teto e perseguição aos sem terras que lutam pela reforma agrária no país.
O governo do PT, depois de muita pressão dos movimentos populares pelo direito a memória, verdade e justiça, instituiu a comissão da verdade e ampliaram o debate sobre os crimes da Ditadura, o que tem auxiliado a luta pela revisão da lei da anistia e punição aos criminosos de Estado. Tendo Dilma a frente do governo teremos melhores condições de desenvolver as lutas com menos repressão e mais liberdade para crescer as forças do movimento popular e revolucionário na luta por uma sociedade socialista e pelo poder popular.

Pela garantia de direitos básicos! Nenhum passo atrás!

Com um congresso Nacional de menor bancada sindicalista e aumento da presença empresarial, as elites brasileiras atacarão com mais força a remuneração salarial e os direitos trabalhistas, que ainda preservamos. Aécio fortalecerá este processo, pois como declarou seu candidato a ministro da economia Armínio Fraga o salário-mínimo estaria muito alto (11/05/14 Estado de São Paulo) o que aumentaria o “custo Brasil”. Somente quem depende de um para viver sabe a dimensão de tal afirmação.
Além disso, sob a pressão da luta de nosso povo nas ruas e nos locais de trabalho, estudo e moradia, conquistamos na última década cotas sociais/raciais nas universidades e nos concursos públicos e direitos trabalhistas para as domésticas, este esforço afrontou as marcas da herança da exclusão da maior parte de nosso povo, garantindo direitos básicos.
Por outro lado os trabalhadores avançam em sua luta pela redução da jornada de trabalho, por aumentos reais nos salários e mais direitos trabalhistas; os sem-teto ampliam suas ocupações na luta pela reforma urbana, conseguindo inclusive pautar determinadas políticas institucionais. Assim, nos últimos anos tem aumentado o número e a intensidade das greves e ocupações urbanas no país. Estas lutas precisam ser ampliadas e desenvolvidas e a conjuntura em que vamos lutar tem uma grande importância, para que nenhum passo atrás seja dado em relação aos direitos dos trabalhadores já conquistados e que avancemos em mais conquistas.
Diante da crise internacional que vive o capitalismo, um governo de Aécio cumpriria o papel de frear e reprimir qualquer avanço nos direitos dos trabalhadores e atuar para reduzir ainda mais os já baixos salários, aumentando a taxa de exploração sobre os trabalhadores. Não temos ilusões que Aécio Neves não cederá às pressões de setores reacionários para atacar nossos direitos mais elementares.

Barrar o avanço da extrema direita no Brasil!

Nos últimos anos vimos um processo de aprofundamento da violência de estado em nossos locais de moradia (UPP, por exemplo), que tem levado a vida de milhares de jovens filhos do povo, majoritariamente negros. Aécio demonstra clara preferência ao crescimento de uma política e de um estado policial, ainda mais repressivo contra todos aqueles que lutam pelos seus direitos.
A intolerância cresceu em toda a sociedade com o aumento da agressão as mulheres e da população Lgbt, os setores conservadores vêm em Aécio a possibilidade de interrupção dos, já poucos, projetos de combate a violência contra a mulher e da homofobia.
Lembremos que em todo mundo aparecem focos de fascismo, como demonstrou o golpe fascista na Ucrânia e as eleições na Europa. Um governo do PSDB nesta atual conjuntura internacional representa uma ameaça e um terreno fértil para elementos fascistas que também se expressaram neste primeiro turno das eleições no Brasil, tendo algumas candidaturas alcançado grandes votações.

Nossa luta é pelo Poder Popular e o Socialismo!

Ao mesmo tempo em que defenderemos e indicaremos para o nosso povo o voto em Dilma para derrotar Aécio, afirmamos que devemos nos preparar para o próximo período, pois somente com a luta o povo poderá conquistar mais direitos e uma vida digna.
Independente do governo eleito, precisamos crescer nossas forças realizando as lutas estudantis, ocupações, greves e desenvolvendo todas as formas de luta do povo para fazer avançar nossa organização e as transformações políticas, econômicas e sociais que o Brasil necessita.
Por fim, atuaremos com firmeza na consolidação e legalização da Unidade Popular pelo Socialismo – UP, como alternativa política de nosso povo contra o sistema econômico decadente e esse sistema eleitoral anti-popular hoje dominado pelos ricos. Entendemos que a luta pelo socialismo e pelo poder popular no Brasil é nossa principal tarefa, baseado na experiência de luta e resistência de nosso povo em mais de cinco séculos de exploração.

UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO – UP – DIREÇÃO NACIONAL PROVISÓRIA
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