Brasília, 5 jun (Prensa Latina) Tropas federais brasileiras foram
deslocadas hoje ao estado do Mato Grosso do Sul para enfrentar os
conflitos entre indígenas e fazendeiros pela posse de terra, que
deixaram já um morto e um ferido.
O ministro de Justiça, José Eduardo Cardozo, também foi a Campo Grande,
capital do Mato Grosso do Sul (MS), e depois irá junto aos 110
militares ao município de Sidrolândia, para garantir a segurança pública
em meio à disputa entre povos originários e colonos.
Trata-se
de um pedido do governador do estado, André Puccinelli. As tropas
federais estarão no quartel da Polícia Militar e na secretaria de
Segurança Pública, informou Cardozo.
O titular destacou que o
Governo espera um entendimento e "pede que as partes compreendam que com
violência não chegarão a um acordo. Nosso papel é evitar a violência,
garantir os direitos e impedir situações radicais".
Adiantou que
amanhã participará junto com o secretário geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, de uma reunião com os indígenas da tribo terena para
tentar diminuir as tensões em Sidrolândia, onde foi assassinado um
indígena em uma operação policial de desalojo na fazenda Buriti.
Os indígenas abandonaram essa propriedade na quinta-feira da semana
passada, mas voltaram a ocupá-la na madrugada de sexta-feira, indo
contra uma ordem de reintegração de posse da fazenda, que se encontra
dentro uma área delimitada há 13 anos como território indígena pela
Fundação Nacional do Índio (Funai).
No entanto, a tensão subiu ontem na região quando outro indígena foi ferido por uma bala, segundo comunicado da Funai.
Neste contexto, 200 nativos e membros do Movimento de Trabalhadores Sem
Terra (MTS) iniciaram ontem uma marcha a Campo Grande em apoio aos
indígenas de Sidrolândia para exigir a entrega de terras demarcadas pela
Fundação do Índio.
Segundo essa organização, a disputa por
terra constitui um problema que data de 1928, quando o antigo Serviço de
Proteção do Índio (substituído em 1967 pela atual Funai) criou uma
reserva terena com dois mil 090 hectares.
Posteriormente, foram
reconhecidos como território tradicional indígena 17 mil hectares, mas
os fazendeiros que ocupam essas áreas conseguiram que a Justiça Federal
detivesse o processo de entrega de terrenos.
rc/lgo/cc |
0 comentários:
Postar um comentário