Bogotá,
26 jun (Prensa Latina) Centenas de colombianos manifestaram seu repúdio
pela morte de outros dois camponeses durante os protestos na norte
região do Catatumbo, atingidos ontem por tiros de fuzil disparados pela
força pública.
Na rede social twitter, organizações, personalidades da vida política e
cidadãos comuns mostraram sua indignação pelos ataques do exército, da
polícia e dos membros dos esquadrões antidistúrbios, que já deixaram um
saldo de quatro civis mortos, mais de 30 feridos e vários presos.
Em uma mensagem nessa rede social, a ex-senadora e defensora dos
direitos humanos Piedad Córdoba chamou a força pública a proteger e não
matar os manifestantes.
"Que tristeza, vão quatro camponeses
assassinados. Não os deixemos sozinhos, primeiro os criminalizam e
depois os matam", sublinhou.
A rejeição unânime dos colombianos
foi sentida no twitter. Muitos qualificaram como massacre os fatos
ocorridos no Catatumbo, onde há 16 dias os agricultores saíram às ruas
para se pronunciarem contra muitos anos de abandono estatal.
"Indigna que o Governo instale francoatiradores que disparam contra os
camponeses", escreveu uma jovem identificada como Verónica Peña. "Nem
mais um morto", expressou por sua vez Eme, outra internauta.
Iniciados no dia 11 de junho, os protestos agravaram-se com o passar dos
dias, enquanto milhares de camponeses de vários pontos do Norte de
Santander continuam se somando. Segundo cifras divulgadas por meios
locais, já são 16 mil os manifestantes.
Em meio às violentas
jornadas de ontem, uma delegação do Governo dirigida pelo ministro
conselheiro para o diálogo social, Luis Eduardo Garzón, reuniu-se no
município de Tibú para explicar aos líderes camponeses a metodologia de
uma reunião prevista para amanhã.
Na mesa de acordo estariam
presentes os ministros de Agricultura, do Interior e de Minas, além de
vários dirigentes de institutos governamentais, publicou o jornal local
La Opinión.
O vice-presidente da Associação de Camponeses do
Catatumbo, Juan Carlos Quintero, explicou que os agricultores realizarão
uma assembleia hoje para ver como será especificada a reunião com o
Governo e ratificou que nos diálogos não pode haver membros da força
pública.
Nas conversas também estará presente o defensor do
Povo, Jorge Armando Otálora, que atuará como garantidor, informou a
emissora Caracol Radio.
Em um comunicado, o Movimento Nacional
de Vítimas de Crimes de Estado exigiu ao Governo que pare com a
violência. "Realçamos que todos os manifestantes são população civil
desarmada, não são guerrilheiros nem terroristas, tal como afirmou o
presidente Juan Manuel Santos", aponta o texto.
Os agricultores
afirmam que irão até as últimas consequências para serem ouvidos. Eles
exigem uma Zona de Reserva e a substituição gradual dos cultivos
ilícitos mediante projetos sustentáveis para Catatumbo, que durante
décadas serviu de território aos paramilitares.
tgj/may/es |
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