quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crise em Catatumbo, colombianos repudiam morte de camponeses


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Crise em Catatumbo, colombianos repudiam morte de camponesesBogotá, 26 jun (Prensa Latina) Centenas de colombianos manifestaram seu repúdio pela morte de outros dois camponeses durante os protestos na norte região do Catatumbo, atingidos ontem por tiros de fuzil disparados pela força pública.
Na rede social twitter, organizações, personalidades da vida política e cidadãos comuns mostraram sua indignação pelos ataques do exército, da polícia e dos membros dos esquadrões antidistúrbios, que já deixaram um saldo de quatro civis mortos, mais de 30 feridos e vários presos.

Em uma mensagem nessa rede social, a ex-senadora e defensora dos direitos humanos Piedad Córdoba chamou a força pública a proteger e não matar os manifestantes.

"Que tristeza, vão quatro camponeses assassinados. Não os deixemos sozinhos, primeiro os criminalizam e depois os matam", sublinhou.

A rejeição unânime dos colombianos foi sentida no twitter. Muitos qualificaram como massacre os fatos ocorridos no Catatumbo, onde há 16 dias os agricultores saíram às ruas para se pronunciarem contra muitos anos de abandono estatal.

"Indigna que o Governo instale francoatiradores que disparam contra os camponeses", escreveu uma jovem identificada como Verónica Peña. "Nem mais um morto", expressou por sua vez Eme, outra internauta.

Iniciados no dia 11 de junho, os protestos agravaram-se com o passar dos dias, enquanto milhares de camponeses de vários pontos do Norte de Santander continuam se somando. Segundo cifras divulgadas por meios locais, já são 16 mil os manifestantes.

Em meio às violentas jornadas de ontem, uma delegação do Governo dirigida pelo ministro conselheiro para o diálogo social, Luis Eduardo Garzón, reuniu-se no município de Tibú para explicar aos líderes camponeses a metodologia de uma reunião prevista para amanhã.

Na mesa de acordo estariam presentes os ministros de Agricultura, do Interior e de Minas, além de vários dirigentes de institutos governamentais, publicou o jornal local La Opinión.

O vice-presidente da Associação de Camponeses do Catatumbo, Juan Carlos Quintero, explicou que os agricultores realizarão uma assembleia hoje para ver como será especificada a reunião com o Governo e ratificou que nos diálogos não pode haver membros da força pública.

Nas conversas também estará presente o defensor do Povo, Jorge Armando Otálora, que atuará como garantidor, informou a emissora Caracol Radio.

Em um comunicado, o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado exigiu ao Governo que pare com a violência. "Realçamos que todos os manifestantes são população civil desarmada, não são guerrilheiros nem terroristas, tal como afirmou o presidente Juan Manuel Santos", aponta o texto.

Os agricultores afirmam que irão até as últimas consequências para serem ouvidos. Eles exigem uma Zona de Reserva e a substituição gradual dos cultivos ilícitos mediante projetos sustentáveis para Catatumbo, que durante décadas serviu de território aos paramilitares.

tgj/may/es
Modificado el ( miércoles, 26 de junio de 2013 )
 
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