quinta-feira, 30 de junho de 2011

SEPE/ Greve

Rio - 28/06/2011: TJ discute pedido de liminar do Sepe contra o corte do ponto

Rio - 28/06/2011: na terça-feira, dia 28, a 3ª Vara da Justiça da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio realizou uma primeira audiência para analisar o pedido de liminar do Sepe contra o corte do ponto dos profissionais de educação do estado, em greve desde o dia 7 de junho. Todas as partes foram convocadas para a audiência, mas os secretários de governo não compareceram. Apenas a Procuradoria do Estado compareceu. Com isso, uma nova audiência foi marcada para a próxima segunda, no dia 4 de julho. Para esta nova audiência, o juiz titular da 3ª Vara, Plínio Pinto Coelho Filho, convocou em caráter de urgência os secretários de Planejamento e Educação - na foto, categoria acompanha a audiência com manifestação em frente ao Fórum.

Na audiência, o Sepe defendeu o pedido de liminar em cima do direito de greve do funcionário público e da falta de reajuste anual por parte do governo. O sindicato falou também das más condições de trabalho e dos baixos salários da rede estadual, que levaram os profissionais de educação à greve; a falta de professores na rede também foi destacada na audiência - esta uma consequencia direta dos poucos atrativos para o exercício da profissão em nosso estado, que, mesmo sendo o segundo mais rico do país, tem um dos pisos salariais mais baixos para o professor, além de péssimos índices nas avaliações federais.

Leia o que decidiu o juiz Plínio Pinto Coelho Filho hoje: "Atendendo a requerimento das partes litigantes e com a anuência do M.P. foi deferida a vista dos autos aos réus para, no prazo de 72 horas prestarem as informações necessárias aos autos, ficando desde já designada nova audiência de conciliação para o dia 04 de julho de 2011 as 14.00 horas ficando desde já cientes todos os presentes, expedindo-se novas intimações para os réus ausentes, em caráter de URGENCIA, PARA CIENCIA DA NOVA DATA DESIGNADA. Pelo MM. Dr. Juiz foi determinada a vista dos autos aos réus pelo prazo de 48 horas, seguidamente ao M.P".

Leia o que a advogada do Sepe, Elaine Rolin, pediu na liminar: "A CONCESSÃO DE LIMINAR (...) em razão da urgência e do perigo na demora da prestação jurisdicional sob risco de dano irreparável aos servidores públicos da rede de ensino, determinando ao Réu, através de seu representante legal, de ABSTER-SE DE SUSPENDER O PAGAMENTO OU DE DESCONTAR OS DIAS PARALISADOS nos vencimentos e salários dos servidores da rede estadual de educação, abarcados pelo movimento grevista, bem como se obrigue a não fazer qualquer retaliação, pelo mesmo motivo de greve que ora se pautou no compromisso assumido pelo mesmo e nos preceitos constitucionais e legais invocados, até o julgamento da presente ação".

Líbia....Brasil

A Líbia é o nosso futuro

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imagemCrédito: Resistir.info

Luís Britto Garcia*
1. Nenhum homem é uma ilha; a morte de qualquer pessoa afeta-me, pregava John Donne. Nenhum país está fora do planeta: o genocídio cometido contra um povo assassina-me. Tudo o que acontece na Líbia fere-me, prejudica-te, afeta-nos.
2. Falemos como homens e não como chacais ou monopólios midiáticos. A Líbia não é bombardeada para proteger a sua população civil. Nenhum povo é protegido lançando-lhe explosivos nem despedaçando-o com 4.300 ataques "humanitários" durante mais de cem dias. A Líbia é incinerada para lhe roubarem seu petróleo, suas reservas internacionais, suas águas subterrâneas. Se o latrocínio triunfa, todo país com seus recursos será saqueado. Não perguntes sobre quem caem as bombas: cairão sobre ti.
3. Encarceraram os comunistas; nada poderia importar-me menos porque não sou comunista, ironizava Bertold Brecht. O Conselho de Segurança da ONU aprova uma zona de "exclusão aérea" a favor dos secessionistas líbios, mas permite um bombardeio infernal; a China e a Rússia abstêm-se de vetar a medida porque como não são líbios; nada poderia importar-lhes menos. De imediato, os Estados Unidos ameaçam a China com a declaração de uma "moratória técnica" da sua impagável dívida externa e agridem o Paquistão. A China replica que "toda nova ingerência dos Estados Unidos no Paquistão será interpretada como ato não amistoso" e arma o país islâmico com cinquenta caças JF-17. Nenhum povo está fora da humanidade: se não vetas a agressão contra outro, a desencadeias contra ti.
4. Conta Tólstoi que um urso ataca dois camponeses: um sobe a uma árvore, cedendo ao outro o privilégio de defender-se só. Este vence e conta que as últimas palavras da fera foram: "Quem te abandona não é teu amigo". A Liga Árabe, a União Africana, a OPEP trepam na árvore da indecisão esperando a vez de serem esquartejadas. Ao abandonar as vítimas te abandonas.
5. Como nos tempos em que o fascismo assaltava a África, hoje a Itália, Alemanha, Inglaterra, França e outros pistoleiros da OTAN sacrificam armamentos e efectivos numa guerra que só favorecerá os Estados Unidos. Impedido pelo seu Congresso de investir abertamente fundos no conflito, Obama queixa-se dos seus cúmplices da OTAN porque sacrificam à despesa militar menos de 2% dos seus PIB e ordena-lhes que imolem pelo menos 5% ("El futuro de la Otan", Editorial El País, 15/06/2011). São instruções inaplicáveis quando o protesto social, a crise financeira, a dívida pública impagável e o próprio gasto armamentista minam os governos do G-7. Perante tais exigências, a Itália opta por não participar mais na associação criminosa (agavillamiento). A Agência Internacional autoriza a gastar das reservas que não tem 60 milhões de barris de petróleo em dois meses. Os Estados Unidos desbaratam em 2010 uma despesa militar de 698 mil milhões de dólares, 43% do total mundial de 1.600 mil milhões de dólares (Confirmado.net 17/06/2011). Assim se dilapidam em forma de morte os recursos que deveriam salvar a vida. Se montas guerras para devorar o outro, as guerras te devorarão a ti.
6. Como na época de Ali Babá e os quarenta ladrões, os banqueiros internacionais que tão benevolamente receberam 270 mil milhões de dólares em depósitos e reservas da Líbia assaltam o botim e estudam trespassá-lo àqueles que tentam assassinar os legítimos donos. Também criam para os monárquicos de Bengazi um banco central e uma divisa secessionista. São os mesmos financistas cujo latrocínio custa à humanidade o atual colapso económico: não indague a quem roubam os banqueiros: desfalcam a ti.
7. No estilo das blitzkrieg nazis, o presidente dos Estados Unidos inicia guerra sem a autorização dos seus legisladores e prolonga-as ignorando o Congresso, onde dez deputados denunciam o presidente e o secretário da Defesa cessante Robert Gates e vetam os fundos para a agressão contra a Líbia tachando-a de ilegal e inconstitucional. Não averigúes se deves impor a tiros a democracia a outros povos: acaba antes com os vestígios dela que restavam no seu próprio país.
8. Cada homem é peça do continente, parte do todo, insiste John Donne. Os inimigos do homem não cessam de fragmentá-lo para destruí-lo melhor. Os impérios, que são quebra-cabeças instáveis de peças juntadas à força, no exterior fomentam ou inventam o conflito de civilização contra civilização, o rancor do iraniano contra o curdo, do xiíta contra o sunita, do hindu contra o muçulmano, do sérvio contra o croata, do descendente contra o ascendente, do ancestral contra o menos ancestral, do líbio contra o líbio, do venezuelano contra o venezuelano. De cada variante cultural pretendem fazer um paisinho e de cada paisinho um protetorado. Quem nos separa nos faz em pedaços, quem me divide me mutila. Não indagues como despedaçam a Líbia: esquartejam a ti.
9. Toda pilhagem arranca com promessa de golpe fácil e atola-se na carnificina insolúvel. As guerras do Afeganistão, Iraque, Líbia, Iémen e a agressão contra o Paquistão arrancam passeios triunfais, espatifam-se em holocaustos catastróficos e nenhuma conclui nem se decide. A resistência dos seus povos retarda a imolação da qual não te livrarão nem vetos omitidos nem organizações abstencionistas nem banqueiros carteiristas nem Congressos nulificados. Não perguntes porque são assassinados os patriotas líbios: estão a morrer por ti.
25/Junho/2011 [*] Escritor venezuelano

terça-feira, 28 de junho de 2011

Esquecer...?


Memória brasileira: Sigilo ou vergonha?

Por frei Betto
Fonte: Correio da Cidadania
Há 141 anos terminou a Guerra do Paraguai. Durou de 1864 a 1870. Ao longo de seis anos, Brasil, Argentina e Uruguai, instigados pela Inglaterra, combateram os paraguaios. O pretexto era derrubar o ditador Solano López e impedir que o Paraguai, país independente e sem miséria, abrisse uma saída para o mar.
O Brasil enviou 150 mil homens para o campo de batalha. Desses, tombaram 50 mil. Do lado paraguaio foram mortos 300 mil, 20% da população do país. E o Brasil abocanhou 40% do território da nação vizinha.
Até hoje o acesso aos documentos do conflito está proibido a quem pretende investigá-los. Por quê? Talvez o sigilo imposto sirva para cobrir a vergonhosa atuação de Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, que comandou nossas tropas na guerra. E do Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II, que sucedeu o duque no massacre aos paraguaios.
Os arquivos ultra-secretos do Brasil podem permanecer sigilosos por 30 anos. O presidente da República pode prorrogar o prazo por mais 30, indefinidamente. Eternamente.
Em 2009, Lula enviou à Câmara dos Deputados projeto propondo o sigilo eterno periodicamente renovado. Cedeu a pressões dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Os deputados federais o aprovaram com esta emenda: o presidente da República poderia renovar, por uma única vez, o prazo do sigilo, e os documentos considerados ultra-secretos seriam divulgados em, no máximo, 50 anos.
O projeto passou ao Senado. Caiu em mãos da Comissão de Relações Exteriores, cujo presidente é o senador Fernando Collor. E, para azar de quem torce por transparência na República, ele próprio assumiu a relatoria. E tratou de engavetá-lo. Não deu andamento ao debate nem colocou o projeto em votação.
A presidente Dilma decidira sancionar a lei do fim do sigilo eterno a 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Naquela data, o relator Collor foi a plenário e declarou ser “temerário” aprovar o texto encaminhado pela Câmara dos Deputados.
Na véspera de ser empossada ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti declarou que Dilma estaria disposta a atender pedidos dos senadores José Sarney e Fernando Collor, e patrocinar no Senado mudança no decreto para assegurar sigilo eterno a documentos oficiais. A única diferença é que, agora, o sigilo seria renovado a cada 25 anos.
O Congresso está prestes a aprovar a Comissão da Verdade, que irá apurar os crimes da ditadura militar. Como aprovar esta comissão e vetar para sempre o acesso a documentos oficiais? Isso significa impedir que a nação brasileira tome conhecimento de fatos importantes de sua história.
Collor e Sarney não gostam de transparência por razões óbvias. Seus governos foram desastrosos e vergonhosos. Já o Ministério das Relações Exteriores alega que trazer à tona documentos, como os da Guerra do Paraguai, pode criar constrangimentos com países vizinhos. Com países vizinhos ou com nossas Forças Armadas e personagens que figuram como heróis em nossos livros didáticos?
O sigilo brasileiro a documentos oficiais não tem similar no mundo. Se não for quebrado, a presidente Dilma ficará refém da chamada base aliada. Ontem foi o “diamante de 20 milhões de reais”, hoje o sigilo eterno, amanhã…
Na terça, dia 14 de junho, retornaram ao Brasil os arquivos do livro “Brasil Nunca Mais” (Vozes), que relata os crimes da ditadura militar brasileira. A publicação, patrocinada pelo Conselho Mundial de Igrejas, foi monitorada pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor Jaime Wright.
O mérito do “Brasil Nunca Mais” é que não há ali nenhuma notícia de jornal ou depoimento de vítima da ditadura. Toda a documentação se obteve em fontes oficiais, retirada, por advogados, de auditorias militares e do Superior Tribunal Militar. Microfilmada, foi remetida ao exterior, por razões de segurança. Agora retorna ao Brasil para ficar disponível aos interessados. Muitas informações ali contidas não constam da redação final do livro, da qual participei em parceria com Ricardo Kotscho.
Os arquivos da Polícia Civil (DOPS) sobre a ditadura militar já foram abertos e se encontram à disposição no Arquivo Nacional. Falta abrir o arquivo das Forças Armadas, o que depende da vontade política da presidente Dilma, ela também vítima da ditadura. As famílias dos mortos e desaparecidos têm o direito de saber o que ocorreu a seus entes queridos. E o Brasil, de conhecer melhor a sua história recente.
Um país sem memória corre sempre o risco de repetir, no futuro, o que houve de pior em sua história.
Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

domingo, 26 de junho de 2011

Asteroide passando amanhã !


Asteroide passará perto da Terra nesta segunda-feira
DE SÃO PAULO
Atualizado em 25/06/2011 às 15h12.
O asteroide 2011 MD vai passar a apenas 12 mil quilômetros da superfície da Terra na segunda-feira (27), divulgou a Nasa (agência espacial americana). A aproximação está prevista para as 10h30 (horário de Brasília).
De acordo com o centro planetário da Universidade de Harvard (EUA), o objeto não está classificado como potencialmente perigoso e não vai atingir o planeta. O 2011 MD tem o tamanho calculado até 20 metros de diâmetro.
Em sua passagem, o ponto mais próximo entre o asteroide e a Terra será no extremo sul, mais precisamente no oceano Atlântico.
O 2011 MD é o dobro do tamanho de outros asteroides que foram observados e passaram perto da Terra.
A descoberta, na quarta-feira (22), é de autoria de uma equipe do programa Linear que trabalha em Socorro, no Novo México. O Linear observa objetos que se aproximam da Terra e, ao longo de seu trabalho, já identificou mais de 2.000 itens.
Por causa do seu brilho intenso, ele provavelvemente será visível por telescópios comuns.
 

História: Rússia, Insurreição 1905.

A Insurreição Armada e a Nossa Tática

J. V. Stálin

15 de julho de 1905


Primeira Edição: Jornal "Proletariatis Brdzola" (A Luta do Proletariado), n.º10,  15 de julho de 1905.
Fonte: J.V. Stálin – Obras 1º vol. –traduzida da edição italiana  da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.
Tradução de:........
Transcrição e HTML de: Fernando A. S. Araújo, dezembro 2005.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.

O movimento revolucionário "no momento atual já atingiu um ponto em que se torna necessária a insurreição armada"; este pensamento, expresso pelo terceiro Congresso do nosso Partido, vem dia a dia recebendo novas confirmações. A chama da revolução arde cada vez mais forte, suscitando aqui e ali insurreições locais. Três dias de barricadas e de lutas de rua em Lodz, uma greve de muitas dezenas de milhares de operários em Ivanovo-Voznessensk, com inevitáveis encontros sangrentos com a tropa, insurreição em Odessa, "amotinação" na frota do Mar Negro e das tripulações da frota de Libau, a "semana" de Tíflis, tudo isso são presságios da tempestade que se aproxima. Ela se aproxima, aproxima-se de modo irresistível, e, se não for hoje, amanhã desabará sobre a Rússia e como uma poderosa torrente purificadora varrerá do caminho todas as coisas velhas e pútridas, libertará o povo russo de seu opróbrio multissecular, que se chama autocracia. Os derradeiros esforços convulsivos do tzarismo –a intensificação de todos os gêneros de repressão, a decretação do estado de sítio na metade do país, a multiplicação das forças e, junto a tudo isso, os discursos tentadores dirigidos aos liberais e as enganadoras promessas de reforma –não o livrarão de seu destino histórico.
 Os dias da autocracia estão contados, a tempestade é inevitável. Já vem nascendo uma ordem nova, saudada por todo o povo, que dela espera a renovação e o renascimento.
Que novos problemas coloca diante de nosso Partido essa tempestade que se aproxima? Como devemos adaptar nossa organização e nossa tática às novas exigências da vida, para ter uma participação mais ativa e organizada na insurreição, que constitui o único e necessário início da revolução? Para dirigir a insurreição devemos nós, destacamento de vanguarda dessa classe que não é apenas uma vanguarda, mas também a principal força operante da revo1ução, criar organismos especiais, ou basta para esse fim o atual mecanismo do Partido?
Essas questões já se acham colocadas diante do Partido há alguns meses, e exigem uma solução urgente. Para aqueles que têm o culto da "espontaneidade", que rebaixam a função do Partido a um simples acompanhamento do curso da vida, que se arrastam a reboque e não marcham à testa, como condiz com o destacamento consciente de vanguarda, não existem tais questões. A insurreição é espontânea, dizem eles, não é possível organizá-la e prepará-la; todo plano de ação elaborado previamente é uma utopia (são contrários a qualquer "plano"; plano é "consciência" e não "fenômeno espontâneo"!), é um inútil desperdício de forças; a vida social possui os seus caminhos inexplorados e reduzirá a frangalhos todos os nossos projetos. Por isso nós –dizem eles –devemos limitar-nos apenas à propaganda e à agitação da idéia da insurreição, da idéia do "auto-armamento" das massas; devemos exercer apenas a "direção política", e quanto ao povo insurreto, quem quiser que o dirija "tècnicamente".
Mas até o presente momento sempre agimos, de fato, nesse sentido! –objetam os adversários da "política seguidista". É evidente que uma ampla agitação e propaganda, que uma direção política do proletariado são absolutamente necessárias. Limitar-se, porém, a essas tarefas de ordem geral significa que ou evitamos responder à questão colocada diretamente pela vida, ou revelamos uma total incapacidade para adaptar nossa tática às exigências da luta revolucionária em impetuoso desenvolvimento. Daí se depreende que devemos, agora, decuplicar a agitação política, que devemos esforçar-nos por submeter à nossa influência não apenas o proletariado, mas também as inúmeras camadas do "povo" que pouco a pouco se aproximam da revolução, que devemos esforçar-nos para popularizar em todas as classes da população a idéia da necessidade da insurreição. Mas não podemos limitar-nos a isso somente! A fim de que o proletariado possa utilizar para os fins de sua luta de classe a revolução que se aproxima, a fim de que possa instaurar a ordem democrática que mais do que qualquer outra assegure a luta ulterior pelo socialismo, é indispensável que o proletariado, em torno do qual cerra fileiras a oposição, não somente se encontre no centro da luta, mas também se torne o chefe e o dirigente da insurreição. A direção técnica e a preparação orgânica da insurreição em toda a Rússia constituem exatamente a nova tarefa que a vida colocou perante o proletariado. E se o nosso Partido quer ser o dirigente político efetivo da classe operária, não pode e não deve recusar-se a realizar estas novas tarefas.
Que devemos fazer então para alcançar esse objetivo? Quais devem ser os nossos primeiros passos?
Muitas das nossas organizações já resolveram praticamente a questão, empregando parte de suas forças e de seus meios em armar o proletariado. Nossa luta contra a autocracia entrou agora num período em que a necessidade do armamento é por todos reconhecida. Mas é certo que não basta a consciência da necessidade do armamento, é necessário apresentar ao Partido, a tarefa prática de modo claro e direto. Para isso, nossos comitês devem empenhar-se sem delongas em armar o povo localmente, em criar grupos especiais para executar esse trabalho, em organizar grupos distritais para conseguir as armas, em organizar laboratórios para a preparação de várias substâncias explosivas, em elaborar um plano de ocupação dos depósitos de armas e dos arsenais privados e estatais. Não devemos armar o povo apenas com "a ardente necessidade do auto-armamento", como nos aconselha a nova Iskra, mas devemos também "tomar as mais enérgicas medidas no sentido de armar o proletariado", segundo o compromisso que nos fez assumir o terceiro Congresso do Partido. Para resolver esta questão é-nos mais fácil que qualquer outra coisa chegar a um acordo seja com a fração que se separou do Partido (se é que pensa efetivamente, com seriedade, no armamento, e não se limita a tagarelar sobre a "ardente necessidade do auto-armamento"), seja com as organizações social-democráticas nacionais, como, por exemplo, os federalistas armênios e outros, que se traçaram a mesma tarefa. Uma tentativa desse gênero já foi feita em Baku, onde após o massacre de fevereiro, nosso comitê, o grupo "Balakhano-Bibi-Eibat" e o comitê dos guentchakistas [1*] escolheram, em seu próprio seio, uma comissão organizadora para o armamento. É absolutamente necessário que esse trabalho difícil e de responsabilidade, seja organizado por um esforço geral, e consideramos que os cálculos dos fracionistas devem representar um obstáculo o menor possível à união de todas as forças social-democráticas nesse terreno.
Simultaneamente ao aumento das reservas de armas e à organização de sua busca e de sua preparação em fábricas especiais, é necessário dedicar a mais séria atenção à criação de toda espécie de grupos de combate para a utilização das armas de que nos apossarmos. Em caso algum devem ser permitidas ações tais como a entrega de armas diretamente às massas. Já que dispomos de poucos meios e é muito difícil esconder as armas aos olhos vigilantes da polícia, não conseguiremos armar camadas mais ou menos consideráveis da população, e nossos esforços cairão no vazio. Coisa muito diferente se verificará quando tivermos criado uma organização especial de combate. Nossos grupos de combate aprenderão a fazer bom uso das armas; durante a insurreição –quer ela comece espontaneamente quer seja previamente preparada –agirão como destacamentos principais e de vanguarda, em torno deles reunirá o povo insurreto e sob sua direção irá ao combate. Graças à sua experiência e capacidade organizadora, e graças, ainda, ao bom armamento, será possível utilizar todas as forças do povo insurreto e assim alcançar o objetivo imediato: o armamento de todo o povo e a execução de um plano de ação previamente estabelecido. Esses grupos ocuparão ràpidamente os diversos depósitos de armas, as instituições governamentais e sociais, os correios, os telégrafos, etc., o que será indispensável ao ulterior desenvolvimento da revolução.
No entanto esses grupos de combate não são necessários apenas quando a insurreição revolucionária já se haja alastrado por toda a cidade; sua função não é menos importante também às vésperas da insurreição. Nos últimos seis meses chegamos à clara convicção de que a autocracia, desacreditada aos olhos de todas as classes da população, concentrou todas as suas energias na mobilização das forças obscurantistas do país, sejam os bandidos profissionais, sejam os elementos menos conscientes e fanatizados dos tártaros, para lutar contra os revolucionários. Armados pela polícia e sob sua proteção, eles aterrorizam a população e criam uma atmosfera pesada para o movimento de libertação. Nossas organizações de combate devem estar sempre prontas a opor a devida resistência a quaisquer tentativas dessas forças obscurantistas, e esforçar-se por transformar o desprezo e a resistência suscitados por sua ação, num movimento contra o governo. Os grupos armados de combate, sempre prontos para sair à praça pública e a colocar-se à frente das massas populares, podem fàcilmente alcançar o objetivo apontado pelo terceiro Congresso, "organizar a resistência armada ao ataque das Centúrias Negras e de todos os elementos reacionários em geral, dirigidos pelo governo" (Resolução relativa à tática do governo nas vésperas da revolução Vide Informações) [2*].
Uma das principais tarefas dos nossos grupos de combate e, de modo geral, da organização técnico-militar, deve ser a elaboração de um plano de insurreição para cada distrito e sua coordenação com o plano elaborado pelo centro do Partido para toda a Rússia. Descobrir os pontos mais débeis do adversário, indicar os pontos dos quais se deve atacá-lo, distribuir todas as forças no distrito, estudar a topografia da cidade, tudo isso deve ser executado preliminarmente, a fim de que em nenhuma circunstância sejamos apanhados de surpresa. É absolutamente fora de propósito examinar aqui, em seus pormenores, este aspecto da atividade de nossas organizações. O completo sigilo na elaboração do plano de ação deve ser acompanhado da mais ampla divulgação possível, entre o proletariado, dos conhecimentos técnico-militares absolutamente necessários para conduzir as lutas de rua. Para a execução dessa tarefa, devemos convocar os militares pertencentes à organização. Podemos também convocar, para isso, muitos outros companheiros nossos, que por sua natural capacidade e por suas tendências; serão muito úteis nesse trabalho.
Somente essa cuidadosa preparação da insurreição poderá assegurar a função dirigente da social-democracia nos combates que se aproximam entre o povo e a autocracia.
Somente uma plena preparação para o combate é que dará ao proletariado a possibilidade de transformar os encontros isolados com a polícia e o exército numa insurreição de todo o povo, a fim de substituir o governo tzarista por um governo revolucionário provisório.
O proletariado organizado, malgrado os partidários da "política seguidista", dedicará todas as suas energias a concentrar, nas próprias mãos a direção, quer técnica, quer política, da insurreição. Essa direção é a condição indispensável graças à qual poderemos utilizar, no interesse de nessa luta de classe, a revolução que se aproxima.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

...Culto ?!!

Stálin combate o culto à personalidade


Josef  Stálin

Esta pequena carta é um exemplo de como o camarada Stalin combatia o chamado "culto à personalidade", mostrando, assim, que todo o prestígio que ele tinha entre o povo era sincero e espontâneo, e não algo promovido por ele.

Carta sobre publicações para crianças, dirigida ao Comitê Central da Juventude Comunista de Toda a União

16 de fevereiro de 1938

Sou absolutamente contra a publicação de "Histórias da infância de Stalin".

O livro abunda de inexatidões de fatos, de alterações, de exageros e louvores imerecidos. Alguns escritores amadores, escrevinhadores (talvez honestos escrevinhadores) e alguns aduladores levaram o autor a perder-se. É uma vergonha para o autor, mas um fato permanece um fato.

Mas isso não é o mais importante. O mais importante reside no fato de que o livro tem uma tendência de gravar nas mentes das crianças soviéticas (e do povo em geral) o culto à personalidade de líderes, de heróis infalíveis. Isso é perigoso e prejudicial. A teoria dos "heróis" e da "multidão" não é Bolchevique, mas uma teoria Social-Revolucionária. Os heróis fazem o povo, tranformam a multidão em povo, assim dizem os Social-Revolucionários. O povo faz os heróis, assim respondem os Bolcheviques aos Social-Revolucionários. O livro joga água no moinho dos Social-Revolucionários. Não interessa que livro traga água ao moinho dos Social-Revolucionários, este livro será afogado na nossa causa comum Bolchevique.

Eu sugiro que este livro seja queimado.


J. Stalin


Voprosy Istorii No. 11, 1953 J. STALIN (Questions of History)

Se encontra no Volume XIV das Obras Completas de J. Stalin.

Tradução de Glauber Ataide

quinta-feira, 23 de junho de 2011


O papel de Wall Street no narcotráfico

A política dos EUA para o México é um pesadelo. Ela minou a soberania mexicana, corrompeu o sistema político e militarizou o país. Obteve também como resultado a morte violenta de milhares de civis, pobres em sua maioria. Mas Washington não está nenhum pouco preocupado com os “danos colaterais”, desde que possa vender mais armas, fortalecer seu regime de livre comércio e lavar mais lucros das drogas em seus grandes bancos. Os principais bancos dos EUA se tornaram sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga. A guerra contra as drogas é uma fraude. Ela não tem a ver com proibição, mas sim com controle. O artigo é de Mike Whitney.
Mike Whitney - SinPermiso

Imagine qual seria sua reação se o governo mexicano decidisse pagar 1,4 milhões de dólares a Barack Obama para usar tropas norte-americanas e veículos blindados em operações militares em Nova York, Los Angeles e Chicago, estabelecendo postos de controle, e elas acabassem se envolvendo em tiroteios que resultassem na morte de 35 mil civis nas ruas de cidades norte-americanas. Se o governo mexicano tratassem assim os Estados Unidos, vocês o considerariam amigo ou inimigo? Pois é exatamente assim que os EUA vêm tratando o México desde 2006.

A política dos EUA para o México – a Iniciativa Mérida – é um pesadelo. Ela minou a soberania mexicana, corrompeu o sistema político e militarizou o país. Obteve também como resultado a morte violenta de milhares de civis, pobres em sua maioria. Mas Washington não está nenhum pouco preocupado com os “danos colaterais”, desde que possa vender mais armas, fortalecer seu regime de livre comércio e lavar mais lucros das drogas em seus grandes bancos. É tudo muito lindo.

Há alguma razão para dignificar essa carnificina chamando-a de “Guerra contra as drogas”?

Não faz nenhum sentido. O que vemos é uma oportunidade descomunal de empoderamento por parte das grandes empresas, das altas finanças e dos serviços de inteligência norteamericanos. E Obama segue meramente fazendo seu leilão, razão pela qual – não é de surpreender – as coisas ficaram tão ruins sob sua administração. Obama não só incrementou o financiamento do Plano México (conhecido como Mérida), como deslocou mais agentes norteamericanos para trabalharem em segredo enquanto aviões não tripulados realizam trabalhos de vigilância. Deu para ter uma ideia do cenário?

Não se trata de uma pequena operação de apreensão de drogas, é outro capítulo da guerra norteamericana contra a civilização. Vale lembrar uma passagem de um artigo de Laura Carlsen, publicado no Counterpunch, que nos mostra um elemento de fundo:

“A guerra contra as drogas converteu-se no veículo principal de militarização da América Latina. Um veículo financiado e impulsionado pelo governo norteamericano e alimentado por uma combinação de falsa moral, hipocrisia e muito de temor duro e frio. A chamada “guerra contra as drogas” constitui, na realidade, uma guerra contra o povo, sobretudo contra os jovens, as mulheres, os povos indígenas e os dissidentes. A guerra contra as drogas se converteu na forma principal do Pentágono ocupar e controlar países à custa de sociedades inteiras e de muitas, muitas vidas”.

“A militarização em nome da guerra contra as drogas está ocorrendo mais rápida e conscienciosamente do que a maioria de nós provavelmente imaginou com a administração de Obama. O acordo para estabelecer bases na Colômbia, posteriormente suspenso, mostrou um dos sinais da estratégia. E já vimos a extensão indefinida da Iniciativa de Mérida no México e América Central, incluindo, tristemente, os navios de guerra enviados a Costa Rica, uma nação com uma história de paz e sem exército...”

“A Iniciativa de Mérida financia interesses norteamericanos para treinar forças de segurança, proporciona inteligência e tecnologia bélica, aconselha sobre as reformas do Judiciário, do sistema penal e a promoção dos direitos humanos, tudo isso no México” (“The Drug War Can’t Be Improved Only be Ended” – “A Guerra contra as drogas não pode ser melhorada, só terminada”, Laura Carlsen, Counterpunch)

A impressão que dá é que Obama está fazendo tudo o que pode para converter o México em uma ditadura militar, pois é exatamente isso o que ele está fazendo. O Plano México é uma farsa que esconde os verdadeiros motivos do governo, que consiste em assegurar-se de que os lucros do tráfico de drogas acabem nos bolsos das pessoas adequadas. É disso que se trata: de muitíssimo dinheiro. E é por isso que o número de vítimas disparou, enquanto a credibilidade do governo mexicano caiu como nunca em décadas. A política norteamericana converteu grandes extensões do país em campos de morte e a situação não para de piorar.

Veja-se esta entrevista com Charles Bowden, que descreve como é a vida das pessoas que vivem na Zona Zero da guerra das drogas no México, Ciudad Juárez:

“Isso ocorre em uma cidade onde muita gente vive em caixas de papelão. No último ano, dez mil negócios encerraram suas atividades. De 30 a 60 mil pessoas, sobretudo os ricos, mudaram-se para El Paso, no outro lado do rio, por razões de segurança. Entre eles, o prefeito de Juárez, que prefere ir dormir em El Paso. O editor do diário local também vive em El Paso. Entre 100 e 400 mil pessoas simplesmente saíram da cidade. Boa parte do problema é econômico. Não se trata simplesmente da violência. Durante esta recessão desapareceram pelo menos 100 mil empregos das empresas fronteiriças devido à competição asiática. As estimativas são de que há entre 500 e 900 bandos de delinquentes”.

Há 10 mil soldados das tropas federais e agentes da Polícia Federal vagando por ali. É uma cidade onde ninguém sai à noite, na qual todos os pequenos negócios pagam extorsão, onde foram roubados oficialmente 20 mil automóveis no ano passado e assassinadas 2.600 pessoas no mesmo período. É uma cidade onde ninguém segue o rastro das pessoas que foram sequestradas e não reaparecem, onde ninguém conta as pessoas enterradas em cemitérios secretos onde, de forma indecorosa, volta e meia aparecem alguns corpos em meio a alguma escavação. O que temos é um desastre e um milhão de pessoas que são muito pobres para poder ir embora. A cidade é isso”. (Charles Bowden, Democracy Now)

Isso não tem a ver com as drogas; trata-se de uma política externa louca que apoia exércitos por delegação para impor a ordem por meio da repressão e militarização do Estado policial. Trata-se de expandir o poder norte-americano e de engordar os lucros de Wall Street. Vejamos mais alguns dados de fundo proporcionados por Lawrence M. Vance, na Future of Freedom Foundation:

“Um número não revelado de agentes da lei norteamericanos trabalha no México (...) A DEA tem mais de 60 agentes no México. A esses se somam os 40 agentes de Imigração e Aduanas, 20 auxiliares do Serviço de Comissários de Polícia e 18 agentes da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, mais os agentes do FBI, do Serviço de Cidadãos e Imigração, Aduana e Proteção de Fronteiras, Serviço Secreto, guarda-costas e Agência de Segurança no Transporte. O Departamento de Estado mantém também uma Seção de Assuntos de Narcóticos. Os EUA também forneceram helicópteros, cães farejadores de drogas e unidades de polígrafos para examinar os candidatos a trabalhar em organismos de aplicação das leis”.

“Os aviões não tripulados norteamericanos espionam os esconderijos dos carteis e os sinais rastreadores norte-americanos localizam com exatidão os carros e telefones dos suspeitos. Agentes norteamericanos seguem os rastros, localizam chamadas telefônicas, leem correios eletrônicos, estudam padrões de comportamento, seguem rotas de contrabando e processam dados sobre traficantes de drogas, responsáveis pela lavagem de dinheiro e chefes dos cartéis. De acordo com um antigo agente anti-droga mexicano, os agentes norteamericanos não estão limitados em suas escutas no México pelas leis dos EUA, desde que não se encontrem em território norteamericano e não grampeiem cidadãos norteamericanos. (“Why Is the U.S. Fighting Mexico’s Drug War?”, “Por que os EUA travam a guerra contra as drogas no México?”, Laurence M. Vance, The Future of Freedom Foundation).

Isso não é política externa, mas sim outra ocupação norteamericana. E adivinhem quem enche os cofres com essa pequena fraude sórdida? Wall Street. Os grandes bancos ficam com sua parte como sempre fazem. Vejamos essa passagem de um artigo de James Petras intitulado “How Drug profits saved Capitalism” (“Como os lucros das drogas salvaram o capitalismo”, publicado em Global Research). É um estupendo resumo dos objetivos que estão configurando essa política:

“Enquanto o Pentágono arma o governo mexicana e a DEA (Drug Enforcement Agency, a agência anti-droga dos EUA) põe em prática a “solução militar”, os maiores bancos dos EUA recebem, lavam e transferem centenas de bilhões de dólares nas contas dos senhores da droga que, com esse dinheiro, compram armas modernas, pagam exércitos privados de assassinos e corrompem um número indeterminado de funcionários encarregados de fazer cumprir a lei de ambos os lados da fronteira...”

“Os lucros da droga, no sentido mais básico, são assegurados mediante a capacidade dos carteis de lavar e transferir bilhões de dólares para o sistema bancário norteamericano. A escala e a envergadura da aliança entre a banca norteamericana e os carteis da droga ultrapassa qualquer outra atividade do sistema financeiro privado norteamericano. De acordo com os registros do Departamento de Justiça dos EUA, só um banco, o Wachovia Bank (propriedade hoje de Wells Fargo), lavou 378.300 milhões de dólares entre 1° de maio de 2004 e 31 de maio de 2007 (The Guardian, 11 de maio de 2011). Todos os principais bancos dos EUA tornaram-se sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga”.

“Se os principais bancos norteamericanos são os instrumentos financeiros que permitem os impérios multimilionários da droga operar, a Casa Branca, o Congresso dos EUA e os organismos de aplicação das leis são os protetores essenciais destes bancos (...) A lavagem de dinheiro da droga é uma das fontes mais lucrativas de lucros para Wall Street. Os bancos cobram gordas comissões pela transferência dos lucros da droga que, por sua vez, emprestam a instituições de crédito a taxas de juros muito superiores às que pagam – se é que pagam – aos depositantes dos traficantes de drogas.

Inundados pelos lucros das drogas já desinfetados esses titãs norteamericanos das finanças mundiais podem comprar facilmente os funcionários eleitos para que perpetuem o sistema”. (“How Drug Profits saved Capitalism, James Petras, Global Research).

Vamos repetir: “Todos os principais bancos dos EUA se tornaram sócios financeiros ativos dos cartéis assassinos da droga”.

A guerra contra as drogas é uma fraude. Ela não tem a ver com proibição, mas sim com controle. Washington emprega a força para que os bancos possam garantir um bom lucro. Uma mão lava a outra, como ocorre com a Máfia.

(*) Mike Whitney é um analista político independente que vive no estado de Washington e colabora regularmente com a revista norteamericana CounterPunch.

Tradução: Katarina Peixoto

Com apoio de Carta Maior

Venezuela:Qual será o tamanho do recuo?!

Moderação da revolução bolivariana?

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imagemCrédito: RNV

(Vladimir Acosta)
Depois de 10 anos, é tarde para que Chávez se converta em Lula.”
De volta ao seu habitual espaço de rádio, Vladimir Acosta, professor, historiador e referência inescusável na hora de tomar pulso no processo bolivariano, entrou sem rodeios a um tema tabu: A revolução bolivariana está moderando-se? Aqui, parte de suas reflexões no programa “Primeira Mão”, na Radio Nacional da Venezuela.
Escute o programa completo de Vladimir Acosta no RNV
“São muitas as coisas que tendem a mostrar que desde alguns meses para cá está produzindo-se uma sorte de reviravolta de uma esquerda que se qualifica a si mesma de radical em direção a uma que se desloca um pouco ao centro. Um tipo de centro-esquerda mais “politicamente correta”, menos conflituosa. Essa é a impressão que dá”, afirmou Acosta.
Antes, aclarou que se tratava de especulações, já que o debate sobre este ponto hoje não se registra. Especialmente no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). “O partido não existe, não tem opinião política de nenhuma classe. Se limita a executar o que o presidente decidiu”, remarcou.
Na segunda metade de seu programa de uma hora, uma conferência magistral semanal que é seguida com atenção e repassada em seguida por milhares de homens e mulheres comprometidos com o processo bolivariano, Acosta argumentou que “há indicadores” dessa possível tendência em direção à centro-esquerda, e registrou o início desse giro depois das eleições parlamentares do ano passado: “ao princípio houve triunfalismo. Eu disse que essa vitória tinha um certo sabor de derrota”, recordou.
“Parecera que se entendeu que a coisa não era tão exitosa como parecia, e que havia uma sorte de ameaça sobre o futuro do projeto porque a polarização não havia funcionado como se esperava”, indicou Acosta.
“Não importa que a oposição seja um desastre. A oposição é um lixo e Chávez é um líder que fez milhares de coisas pelo povo. Um governo como este deveria ter 90 por cento de apoio por tudo o que fez para o povo venezuelano. Mas foi baixando e se mantém mais ou menos em um cinqüenta e cinqüenta. A situação é bastante equilibrada e isso é tremendamente preocupante”, prosseguiu o professor.
Acosta especulou que a partir dessa tendência de estancamento e até de diminuição do apoio ao processo bolivariano se explicaria que “se venha tentando uma política mais moderada que perseguiria tratar de recuperar a classe média e até ganhar-se setores da direita moderada. Uma moderação até na linguagem. Zero radicalismo e ruptura com as posições de esquerda que pareçam mais radicais”.
Nesta linha, Acosta localizou o “pacto com Colômbia”, em referência a nova relação com o governo de Juan Manuel Santos e a gestão comum para o regresso de Honduras, governada por Porfirio Lobo, à OEA, a troca do retorno do destituído Manuel Zelaya ao seu país.
“A relação com a Colômbia não pode ser emotiva, que passe de amores a ódios que no fundo foram muito favoráveis para a oligarquia colombiana”, advertiu Acosta.
O historiador alertou, além disso, sobre a possibilidade de que a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) resulte “radical demais”, o que a levaria a deixá-la de lado (sem abandoná-la por completo) para promover a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), um organismo em construção que considera “absolutamente extraordinário”.
Perguntas sem respostas
“Que havia detrás de tudo isso? Que pode haver aqui?” se perguntou Acosta ao fianl de seu espaço semanal e se arriscou: “Temor de uma agressão imperialista?”. “Temos o exemplo de Gaddafi. Fez todo tipo de concessões e ai está Líbia invadida e destroçada” alertou. “Aí está à agressão à PDVSA. Ai estão as ameaças denunciadas por Roy Chaderton de ingerência no próximo processo eleitoral para apoiar a oposição”, enumerou Acosta e em seguida alertou:”o panorama não muda, as concessões ao império são inúteis.”
No plano nacional, Acosta se perguntou se o eventual giro de posições de centro-esquerda buscaria “baixar a conflitividade para que se possam ganhar as eleições”. E se mostrou cético: “Depois de 10 anos é algo tarde para que Chávez se converta em Lula.”
“O inimigo imperial está atrás esperando sua oportunidade. O preço de uma política como essa pode ser muito alto”, remarcou Acosta, e precisou que a história indica que “as revoluções ou se aprofundizam ou se perdem. A direita e o império não perdoam”.
O caso Pérez Becerra e os meios do Estado
“Estas entregas de revolucionários são uma mancha feia que não significam o fim deste processo nem nada parecido”, indicou Acosta na primeira parte de seu espaço radial, mas indicou “o apoio a este processo não pode ser cego nem servil. Deve ser pensante. De um povo que aprendeu a pensar. Tem que ser crítico. Para apoiar e também para criticar com seriedade e com argumentos aquelas coisas que não vão nessa direção”. “Eu quisera que os revolucionários deste lado da trincheira pudéssemos discutir sem insultos e sem desqualificações”, indicou Acosta e considerou “ houve excessos como a queima de bonecos e termos exagerados e injustos contra o presidente Chávez” ainda que aclarou que é “ mais grave a arrogância do governo, sua surdez e a atitude de alguns revolucionários que não podem assumir a defesa da entrega de Pérez Becerra senão com insultos para aqueles que o criticaram”.
“Usam a mesma linguagem que a direita”, alertou. E criticou “ a atitude que se impôs a nossos meios de silenciar o que passava”. Nessa linha qualificou como injusta sob todos os aspectos a destituição de Cristina Gonzalez à frente da Rádio do Sul e a demissão posterior de parte da equipe de trabalho da emissora.
Fonte original deste documento é:
Radio Nacional de Venezuela em áudio completo: http://www.rnv.gov.ve

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Descoberta estrela 300 vezes maior que o Sol


 


Um verdadeiro monstro estrelar que põe em causa muitos dados científicos foi descoberto por cientistas da Universidade de Sheffield.
Eduardo Gomes Madeira (www.expresso.pt)


R136a1 tem 300 vezes a massa do Sol
AP

Fonte: terraquegira

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma nova Terra: Keppler-10b

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Tenho andado ausente da Terraquegira devido a estar a escrever uma tese. Quem já escreveu uma sabe o que isso significa, quem ainda não experimentou tal diversão pode imaginar (resumindo: uma catrefada de tendinites)! Apesar de a minha tese ser obviamente interessante não é por causa dela que estou aqui a escrever hoje. Estou a escrever porque foi descoberto o primeiro exoplaneta rochoso, denominado Keppler-10b. Traduzindo, exoplaneta porque está fora do sistema solar e rochoso porque, ao contrário dos mais de 500 exoplanetas detectados, este não é um planeta gasoso como Júpiter ou Saturno, mas constituído por material no estado sólido (rocha).
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Um dos métodos mais comuns de identificar exoplanetas é o “método de trânsito” que detecta a sombra do planeta quando este transita diante da estrela hospedeira. Este método tem sido bem sucedido na detecção de planetas gigantes como Saturno mas é ineficaz em planetas “pequenos” como a Terra. Por isso, diversos métodos têm sido aperfeiçoados de modo a detectar planetas irmãos. Não vou entrar pelo complicado emaranhado de métodos, digo apenas que o Keppler-10b foi identificado através de medições de velocidade radial (para quem tiver curiosidade a wikipedia tem bons artigos acerca dos métodos de identificação de exoplanetas, ver links em baixo).
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A descoberta de um planeta rochoso fora do sistema solar é um gigantesco marco na história da ciência e é para mim, pessoalmente, gratificante estar a viver nesta época em que o Universo representa o que o mar desconhecido representou há séculos atrás. Esta descoberta tem ainda uma outra particularidade. É que se os cientistas começarem a descobrir planetas rochosos, semelhantes ao nosso, como se não houvesse amanhã (coisa que aconteceu com os gasosos) então a probabilidade de se vir a descobrir vida noutro planeta aumenta dramaticamente. Há quem já esteja a pressionar a ONU para organizar uma série de reuniões para decidir que estratégia adoptar caso isso aconteça. É que os cientistas, se por alguma razão receberem uma chamada de algum ET, não têm ordem para responder. Apesar do número elevado de filmes americanos sobre a coisa não sei se alguém sabe bem o que fazer se isso acontecer. Qualquer das formas não creio que respondam de Keppler-10b. Apesar de o planeta ser semelhante ao nosso em tamanho (1.4 vezes), está muito perto da estrela hospedeira e tem uma confortável temperatura à superfície de cerca de 1300 graus. Espera-se novas descobertas da sonda Keppler, lançada em 2009 pela NASA, e que neste momento está lá em cima à procura de novas Terras.
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Para saber mais:

           Fonte: terraquegira

domingo, 19 de junho de 2011

Fidel fala :

Reflexão de Fidel Castro: O Norte revolto e brutal

03.06.2011
 
Reflexão de Fidel Castro: O Norte revolto e brutal. 15110.jpegEstava lendo materiais e livros em abundância para cumprir minha promessa de continuar a Reflexão de 14 de abril sobre la Batalha de Girón, quando dei uma olhada nas notícias frescas de ontem, que são abundantes como todos os dias. É possível acumular montanhas delas em qualquier semana, que vão desde o terremoto no Japão ao triunfo de Ollanta Humala sobre Keiko, filha de Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru.

Por Fidel Castro Ruz
O Peru é grande exportador de prata, cobre, zinco, estanho e outros minerais; possui grandes jazidas de urânio que poderosas transnacionais aspiram a explorar. Do urânio enriquecido saem as mais terríveis armas que a humanidade já conheceu e o combustível das centrais eletronucleares que, apesar das advertências dos ecologistas, estavam sendo construídas a ritmo acelerado nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Obviamente, não seria justo culpar o Peru por isto. Os peruanos não criaram o colonialismo, o capitalismo e o imperialismo. Tampoco se puede culpar o povo dos Estados Unidos, que também é vítima do sistema que engendrou ali os políticos mais imprudentes que o planeta já conheceu.

Em 8 de abril último, os senhores do mundo deram à luz seu costumeiro informe anual sobre as violações dos "direitos humanos", que motivou uma aguda análise no sitio Rebelión, assinada pelo cubano Manuel E. Yepe, baseado na resposta do Conselho de Estado da China, enumerando fatos que demonstram a desastrosa situação de tais direitos nos Estados Unidos.

"...Os Estados Unidos são o país onde os direitos humanos são mais agredidos, tanto em seu próprio país como em todo o mundo, e são uma das nações que menos garantem a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes.

"Anualmente, uma em cada cinco pessoas é vítima de um crime, a taxa mais alta do planeta. Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 12 anos sofreram 4,3 milhões de atos violentos.

"A delinquência cresceu alarmantemente nas quatro maiores cidades do país (Filadélfia, Chicago, Los Ângeles e Nova Iorque) e se registraram notáveis aumentos em comparação com o ano anterior em outras grandes cidades (Saint Louis e Detroit).

"O Tribunal Supremo decidiu que a posse de armas para a defesa pessoal é um direito constitucional que não pode ser ignorado pelos governos estaduais. Noventa milhões dos 300 milhões de habitantes do país possuem 200 milhões de armas de fogo.

"No país foram registrados 12 mil homicidios causados por armas de fogo, enquanto 47 por cento dos roubos foram cometidos igualmente com o uso de armas desse tipo.

"À sombra da seção de "atividades terroristas" do Patriot Act, a tortura e a extrema violência para obter confissões de suspeitos são prácticas comuns. As condenações injustas se evidenciam nas 266 pessoas, 17 delas já no corredor da morte, que foram absolvidas graças a exames de DNA.

"Washington advoga pela liberdade na Internet para fazer da rede de redes uma importante ferramenta diplomática de pressão e hegemonia, mas impõe estritas limitações no ciberespaço em seu próprio território e trata de estabelecer un cerco legal para lidar com o desafio que representa Wikileaks e seus vazamentos.

"Com uma alta taxa de desemprego, a proporção de cidadãos estadunidenses que vive na pobreza alcançou um nível récorde. Um em cada oito cidadãos participou no ano pasado dos programas de cupons para alimentos.

"O número de famílias acolhidas em centros para desamparados aumentou 7 por cento e as familias tiveram que permanecer mais tempo nos centros de acolhida. Os delitos violentos contra estas famílias sem teto aumentam sem cessar.

"A discriminação racial permeia cada aspecto da vida social. Os grupos minoritários são discriminados em seus empregos, tratados de maneira indigna e não são levados em conta para promoções, benefícios ou processos de seleção de emprego. Um terço dos negros sofreu discriminação em seus lugares de trabalho, embora somente 16 por cento se atreveu a apresentar queixa.

"A taxa de desemprego entre os brancos é de 16,2 %, entre hispanos e asiáticos de 22 %, e entre os negros é de 33 %. Os afroamericanos e os latinos representam 41 por cento da população carcerária. A taxa de afroamericanos cumprindo prisão perpétua é 11 vezes mais alta que a de brancos.

"90 por cento das mulheres sofreu discriminação sexual de algum tipo em seu lugar de trabalho. Vinte milhões de mulheres são vítimas de violação, quase 60 mil presas sofreram agressão sexual ou violência. A quinta parte das estudantes universitárias são agredidas sexualmente e 60 por cento das violações em campus universitários ocorre nos dormitórios femininos.

"Nove em cada dez estudantes homossexuais, bissexuais ou transexuais sofrem assédio no centro escolar.

"O Informe dedica um capítulo a recordar as violações dos direitos humanos de que é responsável o governo dos Estados Unidos fora de suas fronteiras. As guerras do Iraque e do Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram dados exorbitantes de vítimas entre a população civil destes países.

"As ações 'antiterroristas' dos EUA incluíram graves escândalos de abuso a prisioneiros, detenções indefinidas sem acusações ou julgamentos em centros de detenção como o de Guantânamo e outros lugares do mundo, criados para interrogar os denominados 'presos de valor elevado' onde se aplicam as piores torturas.

"O documento chinês também recorda que os EUA violaram o direito a existir e desenolver-se da população cubana sem acatar a vontade mundial expressa pela Assembleia Geral da ONU durante 19 anos consecutivos sobre 'A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba'.

"Os EUA não ratificaram convenções internacionais sobre os direitos humanos como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Convenção sobre os Direitos da Criança.

"Os dados apresentados pelo governo chinês demonstram que o funesto histórico dos EUA neste terreno o desqualifica como 'juiz dos direitos humanos no mundo'. Sua 'diplomacia dos direitos humanos' é pura hipocrisia de dois pesos e duas medidas a serviço de seus interesses imperiais estratégicos. O governo chinês aconselha o governo dos EUA a tomar medidas concretas para melhorar sua própria situação em direitos humanos, que examine e retifique suas atividades nesse terreno e detenha seus atos hegemônicos que consistem em utilizar os direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países."

O importante desta análise, a nosso juízo, é que se faça tal denúncia em um documento assinado pelo Estado chinês, um país de 1 bilhão e 341 milhões de cidadãos, que possui 2 trilhões de dólares em suas reservas monetárias, sem cuja cooperação comercial o império afunda. Parecia-me importante que nosso povo conhecesse os dados precisos contidos no documento do Conselho de Estado chinês.

Se Cuba o dissesse, careceria de importância; levamos mais de 50 anos denunciando esses hipócritas.

Martí tinha dito há 116 anos, em 1895: "...o caminho que se há de fechar, e o estamos fechando com nosso sangue, da anexação dos povos de nossa América ao Norte revolto e brutal que os despreza..."
"Vivi dentro do monstro, e conheço suas entranhas".

Fidel Castro Ruz

Fonte: Cubadebate
Tradução da Redação

O sistema diz: Deixa eu te roubar e fique me devendo!

FSM: A crise está no DNA do sistema capitalista

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imagemCrédito: FSM

Intervenção do secretário-geral da FSM, George Mavrikos pronunciado na reunião do Conselho Presidencial da FSM, realizada em Genebra
7 de Junho de 2011
Queridos amigos e companheiros,
Saudamos a todos os presentes em nossa reunião de hoje e agradeço-lhes pela sua participação neste evento que tem como objetivo informar sobre as iniciativas e atividades da FSM já aprovadas pelo Secretariado, para ouvir suas sugestões.
Companheiros e companheiras,
Dois ou três anos atrás, quando surgiu a nova crise do sistema, ouvimos muitos analistas tentando convencer-nos de que a culpa pela crise era dos Golden Boys, o capitalismo de casino e outros comentários bonitos e agradáveis …
Agora, esses mesmos analistas tentaram e ainda tentam nos convencer de que devemos culpar os maus trabalhadores gregos, aos maus trabalhadores portugueses, que a culpa é do povo espanhol, dos italianos, irlandeses, belgas, etc, dos grandes salários dos trabalhadores, etc.
Todas estas análises têm um único objetivo: esconder a verdade aos trabalhadores. Esconder que a crise é uma crise profunda do sistema capitalista, que multiplica as rivalidades inter-imperialistas e inter-capitalistas pelo controle de novos mercados, a redistribuição das fronteiras para controlar os países e as fontes de produção de riqueza.
Esta é a verdade. Esta é a realidade.
  • Basta olhar para os conflitos entre o euro e o dólar.
  • Basta olhar para o antagonismo por parte dos dirigentes do Fundo Monetário
    Internacional.
  • Basta olhar para o antagonismo do conflito no norte da África.
  • Basta olhar para a barbárie imperialista contra o povo da Líbia.
  • Basta olhar para a estratégia dos EUA e da OTAN para o chamado novo Oriente Médio.
  • Basta olhar para o enorme aumento dos preços dos alimentos como milho, trigo e açúcar.
    São os Golden boys (meninos de ouro) que criaram esta situação?
    Nós, membros e amigos da Federação Mundial Sindical, organizamos há dois meses em Atenas o 16 º Congresso Sindical Mundial, conversamos sobre todos estes temas atuais e críticos. 828 delegados de 101 países analisaram de uma forma aberta, democrática e militante as contradições do mundo, tirando nossas conclusões e adotando nossas novas tarefas.
    Com base neste debate rico sublinhamos que a crise do sistema capitalista está sendo paga pelos trabalhadores, a crise exacerbou as contradições entre os trustes, cartéis e grupos de Estados, criando guerras e estados-fantoches dos EUA e seus aliados. Também aumenta a desigualdade e a competitividade.
    A crise está sendo explorada por todos os governos capitalistas para derrubar os salários, reduzir as aposentadorias e pensões, privatizar os bens públicos, generalizando o emprego de tempo parcial, para abolir a negociação coletiva e os acordos coletivos.
    A propaganda do capital de que, por meio de políticas anti-populares gerará crescimento e evolução da recuperação é um mito.
    • Tome como exemplo a Grécia, onde esta política tem aumentado a taxa oficial de desemprego de 7% para 18%.
• Leve o caso da Irlanda, onde o desemprego, segundo dados oficiais registrados é de 14,6% em abril de 2011.
• Considerando o caso de Portugal, onde no primeiro trimestre de 2011 o desemprego foi de 12,4%.
Mas, em geral, nos países da zona do euro, se confirma que o chamado desenvolvimento é fraco, muito frágil e temporário. A média da UE é de cerca de 0,6%, sem qualquer dinâmica. O Japão é de cerca de 2%.
Nos EUA, apesar das grandes promessas, a OCDE espera um crescimento fraco em torno de 2,6%, enquanto a dívida dos EUA aumentará para 107% do PIB, e o desemprego, 8,8%.
O que significam estes dados? Significa que o capital e os seus líderes políticos não são capazes de oferecer uma solução viável para os trabalhadores. A crise está no DNA do sistema capitalista.
Ante esta situação, os sindicatos e os trabalhadores do mundo têm o dever de resistir, de lutar, para unir todos os trabalhadores, independentemente das diferenças políticas, religiosas e de outro tipo. Todos os trabalhadores pertencem à mesma classe e podemos lutar juntos.
• Lutar para defender as conquistas dos nossos povos.
• Lutar para atender às necessidades atuais dos trabalhadores, imigrantes, sem-teto, desempregados, etc.
• Lutar para que cada família tenha alimentos e água potável.
• Lutar pela segurança social, educação, saúde pública, liberdades democrática e sindicais.
• Promover todas as demandas atuais, enquanto fazemos um chamamos aos trabalhadores a encontrar uma maneira real em um mundo sem exploração do homem pelo homem, onde os trabalhadores, camponeses pobres, os trabalhadores independentes estarão no poder.
Todos os membros e amigos da FSM com os novos dirigentes eleitos no 16 º congresso, nos deparamos com novas responsabilidades, para implementar as decisões do Congresso, coordenar os trabalhadores em todos os setores, na luta contínua contra os monopólios e multinacionais.
NOSSAS INICIATIVAS
O próximo grande passo será o Dia Internacional de Ação da FSM, em 3 de Outubro, que, de acordo com a decisão do Secretariado, será um dia de duplo significado, pois coincide com o dia de fundação da Federação Sindical Mundial, em 03 de Outubro de 1945. Os principais objetivos são:
  • 35 horas de trabalho semanais - sete horas por dia, cinco dias por semana, melhores salários
  • Serviços de segurança social para todos
  • Negociação coletiva - acordos coletivos
  • Liberdades democráticas e sindicais
  • Solidariedade com o povo palestino
    O Dia Internacional de Ação marcará o início de novos protestos contra as privatizações e demissões. Deverá envolver a participação de todos os estratos sociais contra as políticas dos monopólios e das multinacionais.
Consideramos positivo que em muitos países de todo o mundo, os jovens e cidadãos indignados saiam e se manifestem nas ruas e praças. Nós acreditamos que devemos ajudar aqueles que participam "voluntariamente" a tomar consciência e olhar desde uma perspectiva classista as causas que criam os problemas, para ajudar as novas gerações a participarem dos sindicatos de uma maneira organizada. A luta organizada, com objetivos e conteúdos específicos, pode trazer resultados para o presente e o futuro.

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